Pilares do Destino - Protegendo Faerûn
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Mensagem por Felipe Sex Abr 06, 2018 7:42 pm

A mata não era tão densa. Ou não DEVERIA ser tão densa quanto aquilo.
Uma emboscada feroz, flechas vinham de todas as direções, algumas certeiras derrubando homens bons, treinados... uma emboscada cruel, isso sim.

Em menos de um minuto, um grande grupo de ofensiva marchava escadas acima em direção ao Castelo Craig, antiga base zhentarin, ocupada em outros tempos pelo próprio Bane em sua forma avatar.
Mas hoje, inimigos ainda piores usavam seus acessos e caminhos.

Álak ficou para trás, ladeado por Jhork e Svan, respectivamente um anão furioso e um besteiro drow, seus melhores batedores.
A intenção era formar uma frente de defesa para que os outros se espalhassem, e voltassem de todos os lados tentando emboscar nossos emboscadores.
Mas as flechas nunca paravam de voar.
Jhork tinha três delas cravadas em suas costas, e se movia com dificuldade. Mas conseguia se mover como poucos na densa mata, pulando obstáculos e arremessando troncos contra a mata que atirava, até que não conseguia mais se mover. As flechar eram muitas...
Svan usava seus sentidos aguçados ao lado de Álak, enquanto o espadachim enfrentava 3 agressores, elfos... inimigos jurados com pendantes prateados de um deus-caçador. Ele atirava em todas as direções. Mas a presteza drow perdia muito para a eficácia élfica no manuseio dos arcos. Sobretudo abençoados pelo Deus que os perseguia. Svan foi decepado por um sabre quase ao mesmo tempo que duas flechas o atingiram forte no peito. Nunca saberíamos qual dos golpes causou-lhe o suspiro final...
Álak ficou sozinho contra 3, enquanto os arqueiros se espalharam para evitar a emboscada.
Emboscar os emboscadores. teria sido cômico...

Ral e Shar corriam pela mata quase em círculos, a anã golpeava troncos aqui e acolá, e para surpresa de seu comandante besteiro não eram troncos... eram elfos camuflados.
Ral era ineficiente neste tipo de combate. Era um atirador de posição, não de perseguição. Por sorte tinha Shar, seu escudo, para protegê-lo. mas a cada passo Ral praguejava.
Então a mata abre-se numa clareira sem que percebessem, e se viram cercados. Olhos faiscantes de todos os lados. Observavam, frios. Pequenos reluzires de pontas de flechas. A escuridão escorria pelas árvores, tornando o dia em noite no interior daquela mata. Era assustador. O coração dos anões batia mais rápido que seus pés em corrida.
Shar para ao lado de Ral. nem ela conseguiria parar tantos disparos simultâneos.
Era o fim.

Yulie se perdeu do bando. Exploradora profissional, nunca antes enfrentou uma força invisível como aquela. Apesar do sangue élfico, conhecia a fama da elite caçadora de Shevarash. E sabia que estava do lado errado do arco desta vez. Mesmo sendo nova no grupo, andava com drows. Detestava!! Mas devia muito dinheiro pra poder fugir.
Por duas vezes as flechas passaram raspando em seu rosto, até que decidiu ficar parada. Quase perdeu o ar pelo tempo em que segurou a respiração, vendo aqueles dois caçadores passarem frente à toca de lobo abandonada que usava coo refúgio. Se a vissem, não sobraria nada dela pra ser lembrado.
Então, pelo tom da conversa, percebe haverem ali dois grupos distintos de elfos. Mas não se arriscaria a revelar sua presença àqueles dois sem saber a qual pertenciam. Principalmente porque um deles tinha uma corrente enrolada no braço, com o símbolo de Shevarash ensanguentado.
O suspiro quebrou um silêncio tão tenso que quase pareceu-lhe um grito. Olhou ao redor... mas não foi ouvida.
Então, um sussurro... "Saia daí, criança... AGORA!!"
Olhos na mata... os elfos juntam-se a um grupo bem maior.
E voltam a caçar.

Dorín carregava Dipfein inconsciente, passado nos ombros como um saco. Tinha uma linha de flechas cravadas do traseiro à coxa. Podia ouvir os passos correndo na mata. "Um ANÃO, pelos diabos", ele praguejava. "De onde eles saíram? Elfos NÃO CAÇAM MAIS ANÕES!!"
Então, como uma prece, um eco se repete nas pedras ao redor. Sua própria voz vinha de várias direções, primeiro confundindo-o e fazendo-o pensar serem seus caçadores. Até que finalmente entende a voz repetir em eco: "Elfos não caçam mais anões!!"
Como se uma revelação o atingisse na testa, Dorín para de correr. Mesmo sabendo que os passos se aproximavam, ele coloca Dipfein no chão, segura firme seu martelo e faz suas preces:
"Pois muito bem, senhores"elfos que caçam anões." Vou lembrá-los por que pararam de nos caçar faz tanto tempo."
Ele vê 2 vultos saírem da sombra em sua direção, e vendo tratar-se "apenas" de um anão, sacam seus sabres para o desfecho.

Continua...
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Mensagem por Felipe Sex Abr 06, 2018 9:59 pm

Duas enormes pedras se encostavam, altas, fruto de algum antigo deslizamento. Toda aquela área era de mata baixa e escarpada, o solo, arenoso em sua maior parte.
Como todo solo montanhoso, haviam pequenas aglomerações verdes aqui e ali. Não eram vastas como uma floresta, e entremeadas no solo rochoso e irregular, formava verdadeiros bolsões verdes no ambiente cinzento das montanhas.

Era ali, bem no meio delas, que o elfo estava encostado. Ele os viu chegar, um enorme grupo e seus apoiadores. Drows e anões, antes servos e patronos, por uma ironia do destino, feitos inimigos, agora lutavam lado-a-lado.

A mata se agitou, e as pedras se moveram, aqui e ali. Uma dúzia de elfos escondidos, uma tocaia. Ele sorriu.
"Um JOGO!!", ele pensou. "Vamos jogar?"

As palavras mal terminam, e as pedras solitárias voltam a se destacar na paisagem. Mas não havia ninguém entre elas. Nem uma sombra de elfo. Nem PASSOS que um dia lhes tenha feito companhia.

Ral esbraveja ao se ver cercado: "EU SEI O QUE SÃO VOCÊS, MISERÁVEIS!!"

Uma flecha o teria silenciado, a ponta quase toca seu nariz quando a mão firme de Shar a agarra no ar. Mas outra veio, traiçoeira, atingindo a anã entre as costelas.
Ela grita e se ajoelha, Ral abaixa junto dela, cujo rosto, antes bonito, se retorcia pela dor.
Os olhos faiscavam pelas sombras ao redor, em DELEITE!! "APOIADORES!!", alguém gritou. Mas desta vez o ouvido atento de Ral reconheceu o grito. Sabia quem era o dono daquela voz. E se esísse dali com vida, não sobraria BOVEN pra esconder aquele assassino da fúria do anão.
A mata, então, se agitou. Um som feral vem de algum lugar à direita. E os anões só conseguiram se virar a tempo de ver um enorme vulto sombrio se destacar das trevas que "escorriam" das montanhas cobrindo a mata a baixo. E em sua passagem, os olhos faiscantes foram se fechando.
Ral sente um arrepio. "Ele disse que isso poderia acontecer. Mas também disse que se acontecesse, eu deveria correr, e correr sem parar, sem olhar para trás."
Mas ainda haviam olhos demais na mata. Como Ral poderia correr, sem deixar Shar para trás?

Yulie saiu de seu esconderijo, mas pisou numa armadilha que fez um corte fundo na perna. Agora mancava e sangrava, tudo ao mesmo tempo.
"POR ALI!", alguém gritou. E pequenas sombras fantasmagóricas corriam, vindo de todos os lados em seu encalço.
Ela tentou subir um barranco, usar a altura a seu favor, ao menos ver de onde vinha a ameaça e tentar neutralizá-la. Ganhar tempo até que Ral e os outros voltassem... se é que voltariam.
Mas pra seu desespero, ao final da subida havia um declive íngreme. 15 metros de queda, terminando num tapete de pedras pontudas e afiadas.

Ela se desespera, mas não tanto quanto quando vê dois elfos surgindo das sombras, segurando sabres ensanguentados. "O sangue de seus amigos", ela pensou.

O vento torna-se agudo ali no alto. Um chiado estridente.

Ela sacou sua adaga, já que o arco não seria eficiente contra dois. Pelo menos os machucaria bastante quando se aproximassem... mas ainda eram DOIS!!
Não por muito tempo.

Eles correram contra a elfa ajoelhada, queriam fazer aquilo rápido.

TCHOF!!

A flecha veio tão violenta que o elfo foi arremessado do barranco, desabando sobre facas de pedra, estatelado.
O segundo desferiu um golpe violento, tentou o pescoço, mas golpeou em cheio um braço, abrindo um corte largo que ia quase do ombro ao pulso, em zigue-zague.
Ela gritou e caiu. E o elfo, sobre ela, tinha o pendante de Shevarash balançando no peito.
Ele apontou a ponta do sabre para a elfa, que a esta hora já tinha os olhos fechados. Clamava pelo Pai...

Dorín já havia derrubado dois com seu pesado martelo, a alça presa ao pulso permitia giros violentos, como provaram aqueles elfos.
Mas o terceiro era diferente. Ele lutava de forma bem diferente, vindo pra cima, mas recuando a cada contra-golpe. Seu estilo era atiçar a presa, enquanto os outros golpeassem, ou atirassem de longe, e em segurança. "A Luta dos COVARDES!!", ele esbraveja.
Outros dois elfos ficavam correndo ao redor, golpeando e se afastando. Como o outro, mas menos ágeis para provocar como ele.

Até que Dorín o surpreende. Fez que ia partir pra cima, mas fez o mesmo movimento de recuar, fazendo-o tropeçar. E quando aconteceu, o martelo desceu feito um raio sobre a testa.
"Uma pancada... PREGADO no chão... pra nunca mais levantar."

Os outros dois elfos não se abalaram, e logo Dorín descobriria por que. Como uma cobra, algo agarrou-se à perna do jovem clérigo, derrubando-o com tudo. A cabeça bateu numa pedra.
GROGUE!!
Praguejava vendo o elfo levantar com um vergalhão no rosto, mas seu semblante estava "quebrado".
Pele avermelhada, olhos esverdeados, mais mancha do que íris.
Os outros dois elfos o ladeiam, um maldito FEY´RI entre os caçadores de Shevarash.

Continua...
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Mensagem por Felipe Sáb Abr 07, 2018 4:57 pm

Ral já estava correndo havia um tempo. Quando a besta pulou das sombras e mergulhou no meio dos olhos, só teve tempo de ver aquele monstro enorme VOAR por cima de suas cabeças.
As flechar voaram... mas nenhuma perdia o alvo. Muito menos parecia capaz de pará-lo.
Ral só teve tempo de ver os olhos se afastando, e espaçando. E fez o que podia.
Agarrou Shar, jogando-a sobre os ombros. mas pra isso deixou cair a besta. Sabia que seria arriscado, ela tinha uma flecha cravada num ponto vital. Precisaria confiar em seu vigor.
Ele a agarrou... e correu da clareira para a escuridão das montanhas.
Atrás, os rugidos da fera se misturavam a gritos, que da raiva foram se tornando assustados, e depois amedrontados.
Ral já estava longe quando percebeu os sons das montanhas se tornar silêncio, e então ser interrompido por um uivo assustador, que o fez arrepiar até os pés. "Ele está vindo".

Yulie abriu os olhos, a dor não vinha. o invés de um caçador sádico, ele jazia caído ao seu lado, um golpe seco havia atravessado seu pescoço.
Em pé à sua frente havia um elfo, vestia uma armadura metálica cujos detalhes pareciam folhas, e usava um capuz de tom alaranjado, como um mar de folhas secas.
Primeiro ele a olhou, e ela se assustou. Não havia compaixão naquele olhar, mas ao mesmo tempo era calmo... vazio como a morte deve ser.
No instante seguinte, num piscar de olhos... não estava mais lá.
Começou a descer, mas pela encosta. Não voltaria pelo mesmo caminho correndo o risco de ser notada.
A perna latejava, escorregou de sua base de apoio e caiu sobre as pedras afiadas.

Dorín se levantava junto da fera, o elfo-demônio cuja máscara começava a cair.
A língua serpentina e bifurcada sibilava palavras de ódio aos "apoiadores". A escória dhaerow pagaria a ofensa com sangue. Mas neste caso era pessoal. De uma raça amaldiçoada a outra, apenas uma iria continuar respirando no Fim dos Tempos.
O clérigo entoa um breve cântico, e mesmo que a fera demoníaca tenha tentado interromper, a vontade do anão foi mais forte.
Novamente o martelo desceu como um trovão, mas desta vez provocou um clarão atordoando os atacantes.
Um dos elfos se agitou, e numa manobra rápida, cravando o sabre no chão, puxou com rapides o arco da aljava, e duas flechas pularam para a corda. Tão rápido que não ficaram ali muito tempo.
Uma delas pousou no torso do anão, a outra, em seu braço.
O segundo elfo passa pelo anão, a lâmina fria desfilando pelo peito abre um largo corte, quase imobilizando de vez o jovem clérigo.
O fey´ri se levantava, furioso. A um gesto de comando, os elfos voltam a ladeá-lo.

Ele apontou para o anão mais uma vez. Mas para sua surpresa, seus servos ficaram em silêncio.
Ele olhou para o primeiro, em pé, para vê-lo tombar com a garganta cortada.
Preocupado, mais consigo que com seus seguidores, olhou para o segundo que estava arqueado, uma lâmina fina brotando da nuca. Estavam tão triunfantes de sua vitória que não perceberam, também atordoados pelo clarão, quando o drow se levantou ás suas costas.
Tomaram-no como morto, e este foi seu erro. O drow, que estava pálido pela perda de sangue, ainda tinha forças para uma última luta.
Cercados de pedras, anão e drow ladeavam o grande fey´ri, que não parecia se importar com a perda de seus batedores. Pois de onde vieram, mais tomariam seu lugar.
Mas aqueles dois, clérigo e assassino, iriam pagar com as vidas.

Continua...
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Mensagem por Felipe Sáb Abr 07, 2018 5:41 pm

Eles vinham de todas as partes:

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Mensagem por Felipe Sáb Abr 07, 2018 7:03 pm

Anões não foram feitos pra correr. Pelo menos não daquela maneira. Eram treinados em falanges e largas formações, ou em fileiras de atiradores besteiros. Caçadores, no máximo. Não em tocaias.

Ral se perdeu durante a fuga. Era pra ter subido uma colina, mas o cansaço, e carregar Shar que não parava de gemer, não ajudava. Teve que parar e colocá-la no chão.
Ao fazê-lo, a surpresa. A flecha estava envolta não mais por sangue, mas pele. A ferida fechou ao redor da haste, impedindo que ferisse ainda mais, como se o corpo tivesse se curado às pressas.
Mas retirar a flecha ainda iria doer. E Ral não era bom nesse tipo de cuidado. Mesmo assim, precisaria tentar. O chão era duro, e haviam tantas pontas afiadas espalhadas que era como uma cama de pregos. Varreu as que podia e cobriu outras com sua capa antes de deitá-la.
Primeiro torceu para aparecer alguém para ajudar. Depois rezou. Mas no fim, era só ele e a flecha.
Agarrou-a firme. Shar gemeu. Ele se desculpou, e puxou de uma vez só, fazendo-a gritar.
Sem saber o que fazer, tapou sua boca. Se gritasse muito, eles escutariam. Nem a fera os queria mais. Perseguiu-os por algum tempo, depois virou-se pra caçar presas mais audazes.
Shar tornou a desmaiar, e Ral agradeceu. O silêncio os protegeria. Levou a mão à cintura, e lembrou da besta caída na clareira. Lamentou o azar.
Então, outro gemido alto.
Olhou para Shar, inconsciente. Não era ela.
Afastou-se, vasculhando os arredores, e foi atrás de uma pilha de pedras afiadas que encontrou a meio-elfa caída. Estava bem machucada, com cortes por todo corpo.
"Porcaria. DUAS para cuidar. Moradim, quer PARAR de me sacanear?"
Praguejou... mas não houve resposta.

Yullie recobrou brevemente a consciência. Gritos e passos ao longe. Tentou se levantar, mas mãos firmes a seguraram deitada. Tinha a perna quebrada, imobilizada por uma tala bem rudimentar.
O anão que cuidava de suas feridas fez sinal para que não fizesse barulho.
Não havia fogo por ali. Não poderia. Então o frio começava a castigá-los.
Ral torcia para que mais alguém os encontrasse... e para que fosse o lado certo da contenda.

O rabo da besta se agitava, animado. Era como um tigre saboreando a caçada. Por um breve momento, conforme mais elfos vinham de todas as direções, seu rosto mudou, voltando a ser apenas elfo. Exceto pelo sorriso, sádico e desafiador.
Ele parte pra cima de Dorín, como uma fera dando um bote veloz. Mas antes que o martelo pudesse ser usado em defesa, ele mesmo pareceu parar no ar, e "mover-se errado". Foi para trás ao invés de avançar, indo de encontro a Dipfein que o esperava com a faca em punho. Mas seu movimento foi veloz, uma verdadeira serpente voadora.
Abriu os braços e girou no ar, encaixando-se no drow, que errou por muito o golpe, ficando agora atracado com aquele assassino.
Mas Dipfein também tinha seus truques. Firmou o abraço, para em seguida soltar de uma vez, e com a brecha, escorregar pelas pernas do falso elfo, que ficou parado no ar com cara de bobo. Mas ria de si mesmo.
Então se virou, e dos céus um raio brilhante despencou sobre ele, novamente cegando-o. Desta vez, gritou furioso.
O drow ia se aproveitar da distração, mas quando se aproximou, uma pancada violenta o atingiu, e com a perna seriamente ferida, caiu em agonia.
O falso elfo agora tinha ASAS que rompiam de suas costas, como se rasgassem sua pele. Uma delas golpeou Dipfein, derrubando-o sobre a perna ferida. A outra foi atrás do anão, provocou um pequeno arrasto de ar que o atrapalhou, seguido por um arranque, uma ombrada violenta que o atirou ao chão.
Desta vez o fey´ri faria pior, e voltando á forma abissal, pisou com tamanha violência no pulso do anão que buscava o martelo que quebrou-o na mesma hora, fazendo-o gritar.
Os elfos que se aproximavam haviam parado em roda ao redor para ver a cena.

Um elfo se destacou, os cabelos ruivos e a pele clara contrastando. Ao contrário dos caçadores, tinha o caminhar seguro.
O fey´ri esbravejava algo, e sua voz era terrível, mantendo os elfos à distância. Mas não aquele elfo.

"Elfos não caçam mais anões!!"
"Um jogo, então!! Vamos JOGAR!!"
"Saia daí, criança... AGORA!!"


Elfo e fey´ri estavam agora a menos de 2 metros um do outro. Nem assim o elfo parou de andar.
O abissal se agitou, abriu as asas para os lados provocando um forte arrasto na intenção de ganhar espaço... este foi seu erro.
O monstro abria a boca para conjurar. Ia explodir, QUEIMAR a todos. Mas no mesmo passo em que se abriu, a mandíbula foi fechada por uma flecha. A ponta prateada brilhou por um momento entre os dentes, enquanto a haste ébano rompeu o pescoço, desaparecendo a caminho dos miolos.

Dorín e Dipfein gritavam, incrédulos.
O elfo golpeou o fey´ri por baixo da cabeça, entrando pelo papo, o monstro pendia no ar como se não tivesse peso. Suspenso apenas pela força daquele elfo, que saiu do meio dos outros que, aterrorizados, começavam a fugir.

Continua...
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Mensagem por Felipe Qui Abr 19, 2018 7:09 pm

Shar foi a primeira a abrir os olhos. Estavam numa clareira cercada de árvores baixas, pequenas coníferas.
"Boa noite, bela-adormecida!", disse uma voz cansada. "Já era hora."
Ral estava rabugento. Na verdade, parecia cansado. Perdera o dia cuidando de duas enfermas, o que nem de longe era sua especialidade.
A anã tenta se levantar, mas dá um grito. A dor lancinante rompe o peito, excruciante. Um rombo mal costurado era onde estava a flecha arrancada pelo anão, sem nenhuma técnica. Havia uma ferida a tratar, um bom sangramento. E nenhum remédio conhecido.

Logo em seguida, é a vez de Yulie, que se levanta de sopetão dando um grito: "NÃÃÃÃO!!" Olha ao redor, e percebendo os olhos atônitos de Shar, volta a desmaiar.
Sem entender, Shar olha para o anão, que diz, cansado: "Ela fez isso a tarde toda. Está apavorada, a coitada."
Shar: O que aconteceu?
Ral: Fomos caçados feito PORCOS!
Shar: E os outros?
Ral: Espalhados! Ou eu cuidava de vocês duas ou as deixava sozinhas pra procurar ajuda, com tantos elfos atrás do nosso couro... preferi esperar.

Um silêncio pesado recai sobre os dois. Shar respirava com dificuldade, de vez em quando tossindo um pouco de sangue. Os dois trocam um olhar. Sabiam que cuidados urgentes eram necessários.
Mas a QUEM recorrer no campo de guerra?

Dorín e Dipfein

Como surgiu, ele sumiu no meio dos outros elfos. Dorín só não o seguiu porque Dipfein desabou ao seu lado. Estava ferido demais, e os elfos... bem, espalhados demais.
O acólito-combatente via e ouvia o som de lutas ao redor, e a cada instante, elas silenciavam, e todo o movimento desaparecia.
Inimigos caçando inimigos. E ao longe, elfos caçando elfos. Ou... "elfos".
Com Dipfein caído e tantos elfos caçadores ao redor, Dorín não se atreveu a se afastar do círculo onde estava, e fez o que poeria naquele momento: Rezou pela cura de seu amigo.
Mas para seu espanto, o chão tremeu. E a magia falhou.
Algo estava SINISTRAMENTE errada. A contar das nuvens se movendo "CONTRA" o vento.
Havia magias poderosas em ação ali, mas nenhum feitiço que conhecesse parecia funcionar.
Tirou seu pequeno livro de metal e realizou um dos poucos rituais que conhecia, uma cura simples... nada.
O ar parecia nocivo á presença deles ali, então restava apenas esperar, e torcer para que os Andarilhos fizessem sua parte. Pois já não tinha a mesma esperança de rever todos da Erel com vida.
Não depois daquela caçada.
Então, um cheiro estranho vindo da mata.
Algo estava se aproximando...

============================

A mata tinha vida. Uma vida de cheiros, e fogo, e sangue, e... FÚRIA!!
Os pensamentos não eram lineares... SANGUE.
As mãos com garras ferozes tocam a árvore. Marcas de mãos. Alguém ferido correu por ali.
Alguns passos... um campo inteiro superado. Desta vez o chão estava tão perto... tão cheio de cheiros... tão... "AAAAAAIIII!! Miserávelranhentofilhodeuma..."

O elfo tentou emboscá-lo. Pensou ser um combatente disfarçado em peles, pelo frio das montanhas.
Mas quando a flecha mal acertou-lhe o flanco, e a besta de olhos faiscantes o encarou, o monstro pode jurar ter sentido o cheiro de urina escapulir daquele elfo.
No instante seguinte, tudo vermelho. Sangue, o único cheiro a ser sentido.
Então, outra corrida pela mata. Os elfos se espalhavam. Algo os afugentou.
"Hehehe!! Isso mesmo, elfinhos de bosta. CORRAM, ou vou pegá-los... e vou comê-los..."
O enorme monstro sacode a cabeça. "Comer homens? Que pensamento estapafúrdio!"

Então a fera põe-se nos dois pés. O faro não engana.
"Moradimmmm!! GRRRRRRRRRR!!!"

Continua...
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Mensagem por Felipe Sáb Abr 21, 2018 7:00 pm

Shar ajudava nos cuidados com a meio-elfa. Mas sabiam que era questão de tempo. Aquele corte na perna, mais a fratura... Se não recebesse cuidados logo, não durariam juntas muito tempo, ela e a perna.
Ral estava cansado. Passou bastante tempo carregando a monja, e depois ajuntando as duas para que pudesse protegê-las. Improvisou com sua adaga e corda, e um longo galho, uma lança, já que perdera a besta na fuga. Não se arrependia. era a arma ou a amiga. Escolha indiscutível.
Decidiram mover-se para longe dali, evitando a estranha sombra que se adensava no céu, na forma de uma colossal tempestade, que só ganhava corpo.
Parecia invocada de algum pesadelo.
Ral para de repente e aponta... alguém flutuando no ar. Um mago... pequenas fagulhas o circundavam. E a tempestade, como uma serpente, se dobrava ao seu redor.
Ral apenas sinalizou para que Shar parasse, e antes que ela percebesse, enquanto aprumava com cuidado sua paciente num pequeno monte de folhas aos pés de uma árvore, Ral havia sumido.
Shar praguejou:
" Ral, seu ASNO. Está sem sua BESTA!!"

Dorín tinha acertado duas poderosas marteladas no fuço da criatura. Havia saltado das sombras, grunhindo feroz, os dentes arreganhados.
Um monstro atraído pelo cheiro de sangue. O sangue de Dipfein.
O drow, de pele cinza arroxeada, estava mais cinza do que nunca, pálido pela perda de sangue.
"Maldita criatura. Logo agora que o ar impede minhas invocações."
O clérigo volta a investir, mas para seu espanto o monstro se virou de lado, recebendo toda a força de seu golpe, o que foi muito pouco para incomodá-la.
Então Dorín percebeu que o monstro usava trapos de roupas. E eram roupas anãs, podia reconhecer.
Temeroso do que via, ele se afastou. O monstro ainda grunhiu antes de se empoleirar sobre Dipfein, e sem muito cuidado começou a arrancar as flechas da perna do drow, ao mesmo tempo em que fazia pequenos cortes com a garra do polegar.
Dorín não tinha certeza do que estava vendo. Mas para seu espanto, as feridas começaram a fechar.
O monstro... HARSK... estava Conjurando.

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Mensagem por Felipe Seg Abr 23, 2018 6:35 pm

Um batedor reage prontamente à descoberta, e assim foi que Ral, ao perceber a trilha dos elfos, deixou as duas garotas para trás. Estavam feridas e iriam atrasá-lo. Trilhas incomuns como aquela, sinalizadas tão sutilmente, eram difíceis de se perceber.
Pode ter sido sorte, ou de tanto xingar Moradim pelo infortúnio que finalmente algo positivo tenha lhe sinalizado.
Seja como for, seguindo a trilha, Ral percebeu ter coberto tanto das montanhas quanto um rastreador poderia cobrir em várias horas. ms levou só alguns minutos. Da mesma forma, quase virou uma pedra de tão tenso, prendendo a respiração e ficando completamente imóvel ao deparar com um grupo de elfos. Discutiam caminhos, e quando passaram por ele no caminho das montanhas, teve de deixá-los ir. Não estava em condições de lutar contra tantos. Como Yulie, percebera haver dois grandes grupos de elfos, aparentemente um caçando o outro. Não iria arriscar com qual grupo havia se encontrado.

Deixando-os ir, passou por uma discreta intersecção. Muito movimento em ambas as direções. E não muito longe em ambas, corpos. Elfos cravados de flechas.
Ral se arrepia. Estavam no meio de um conflito entre grupos. As peças do quebra-cabeças começavam a se encaixar. Mas será que a emboscada era pra eles? Ou para o grupo rival, que agora os caçava?
Seguindo pela trilha, chega a uma encosta, quase na mesma altura onde o mago levitava, no meio de uma grande espiral de nuvens negras.
Em outras condições, poderia tomá-lo como um maltrapilho. Roupas velhas e rasgadas, mas um olhar mais atento revelava jóias caras, anéis, pulseiras e penduricalhos.
E então percebe que não era só um, mas em outros pontos estratégicos, espalhados pelas montanhas, haviam OUTROS magos voando.
E não muito distante, a Sul de sua posição, uma enorme coluna de espinhos se erguia, quase à mesma altura.

Fugitivos!! Stone_12

Tinha certeza que havia algo errado. Não via nenhum dos Andarilhos em lugar algum, e tinha certeza que aquela muralha não estava ali antes.
Ral sente um arrepio, temendo o pior. Segura a lança improvisada firme na mão e olha para o mago, que flutuava quase na sua altura, além da encosta.
Era hora de agir. Maldita hora que deixou a besta para trás.

Continua...


O jovem sacerdote terminava de cobrir Dipfein, no saco de dormir, com galhos e folhas para camuflá-lo da melhor forma possível. Não era seu forte, mas aos seus olhos parecia perfeitamente escondido de vista.
Da mata próxima sai um anão maltrapilho, terminando de desdobrar um velho e surrado cobertor com runas bordadas que amarrou no pescoço como uma capa. Harsk estava IMUNDO, e completamente irreconhecível. Mesmo tendo lavado as mãos e a cara num pequeno córrego localizado entre as pedras, o gosto ferroso o atormentava.
Não era bem o gosto que perturbava, e sim o fato de que ele NÃO o incomodava.

Harsk ergue o nariz, e Dorín quase podia vê-lo cheirar o ar. Ele fecha os olhos e, inadvertidamente, dá um berro: "AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!!"
Dorín se enerva e olha ao redor. Os elfos estavam por toda parte. Não demorariam a voltar.
Harsk pareceu ler seus pensamentos, e diz:
- Acalme-se, franguinho. Eles não vão voltar. Não com aquele elfo demônio no rabo deles.

O sacerdote olha para o amontoado de grama e galhos que era Dipfein. Suspirava tranquilo. Ao menos estava calmo.
Dorín: E agora?
Harsk: Esperamos.


Harsk tinha um plano, e o colocou em prática. mas precisaria de um tempo para obter uma resposta, boa ou ruim.
Enquanto isso, a mata se agita. Sinais sutis que apenas alguém muito atento notaria. Um vento mais frio, uma sensação ruim nas tripas.
Harsk sorri, segurando o machado. Dorín, por outro lado, fica alarmado. Conhecia aquele olhar insano.
Harsk: Arme-se, rapaz. Teremos mais uma peleja a qualquer momento. A guerra é para os FORTES. E CLANGEDIN só favorece os mais audazes.

Dorín não estava em condições de discordar. Não depois do que viu aquele dia. Tantos destaques, tantas mortes, tanta frieza e selvageria...
Ele segura o martelo, e diz:
- Que Moradim nos Proteja.

A mata se agita.
Eles estão chegando.

Continua...
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Mensagem por Felipe Sex Abr 27, 2018 7:45 pm

A monja estava em prontidão, sentada entre altas pedras. Havia movido sua paciente para longe da encosta. Sabia que Ral era cabeçudo, mas não deixaria nenhuma ameaça passar em direção a elas... ao menos não por querer.
Mas aqueles elfos que surgiram nas trilhas não as viram por muito pouco. Ela precisou cobrir as duas e permanecer imóvel ao lado de enormes pedregulhos, que há tempos desmoronaram da encosta formando uma oportuna pilha, onde se escondera. Sem luz, quem as visse de longe pensaria serem "apenas pedras".
"Olhos!!"
Sua paciente balbuciou. Verificou, estava febril, e a perna piorava a cada instante.
Já fazia muito tempo que não recorria às forças maiores. Mas naquele instante, Shar ajoelhou sobre as pedras ao lado da meio-elfa... e começou a rezar pra que alguém viesse ajudar.
Sabia que juntar-se à Erel era um risco. Mas jogar-se contra um inimigo tão vasto, e que tão rapidamente os separou e aniquilou...
Aquilo foi tolice.
Ela tira da bolsa um pequeno saco com inscrições, e dele um rolo de bandagens, que começa a desatar, e enrolar nos punhos.
Sentia que aquela noite seria longa, e que as lutas ainda não haviam terminado.
Um leve tremor no chão. Olha por reflexo na direção contrária, mas por astúcia, gira o bastante para a visão periférica ver, acima das pedras, quem estava chegando.
Ela queria... DEVERIA estar no topo. Mas não confiava deixar sua paciente desprotegida. Poderia acordar, poderia gritar e atrair os elfos caçadores de gente.
Havia alguém ali, tinha certeza. Pôde ver de relance os "olhos", talvez a garota tenha visto entre um momento de lucidez e um desmaio.
O chão volta a tremer.
Shar fecha o punho nas bandagens, terminando de atá-las o mais rápido que podia.
Não eram olhos humanos.

Continua...


Pedras... elas voavam da encosta. Rala tirava uma depois da outra. Só queria chamar a atenção do mago. Trazê-lo mais pra baixo. Mais pra perto.
A resposta: "Ral Dúri, logo vai se juntar aos seus. Não apresse o Fim!"
Magos... sempre blefando com seus feitiços. Depois do que o vira fazer, transformar nuvens em formas sombrias, e jogá-las nas ravinas abaixo, ler mentes era o que menos iria surpreendê-lo.
Teve outra idéia... O frasco voou pelos ares acertando o mago ainda mais facilmente. Talvez tenha tomado como "mais uma pedra". Mas quando se partiu, besuntando-lhe a perna, Ral percebeu uma fraqueza em sua proteção.
A pedra seguinte viria forte, acertando o mago na cabeça, e por muito pouco não ferindo o olho.
Desta vez o mago se irritou, e Ral foi atirado pra trás com grande violência quando, das mãos cheias de anéis, luzes e faíscas coloridas se transformaram em projéteis flamejantes, e o perseguiram e o acertaram.
Ral caiu entre as moitas. Por um longo tempo, nenhum som.
Quando o mago se virou para o ar... "Aaaaaai!"
O mgo riu, desdenhoso, e se virou: "Ainda vivo, Ral?"
Mas para sua surpresa, a ponta metálica da lança improvisada o acertou bem no olho esquerdo, fazendo-o gritar de dor.
Ral riu, e respondeu:
- Hahahaha! Mais do que você vai ficar quando eu tiver terminado.
O mago estava no chão, mas Ral não tinha mais sua arma, caída ao lado de sua vítima.

Continua...

Dorín e Harsk:
O grande grupo de elfos veio de dois lados, primeiro pareciam vir do flanco esquerdo. Harsk, aquele cachorro velho, ergueu uma pedra com um galho e improvisou uma barricada. Nada muito sofisticado. Para quem visse de longe, pareceria um piquete.
Mas quando a dupla de anões se posicionou atrás, percebeu o segundo grupo que se esgueirava vindo pelo sul. "Elfos ou cobras?", Harsk riu. Dorín só entendeu quando a flecha passou zunindo em frente ao seu rosto.
Outra saraivada de flechas, e Harsk ria desembestado. Exageradamente alto. parecia QUERER que os elfos escutassem.
Então um intervalo entre as flechas, mas Harsk não parava de rir. Dorín pensou que ele estivesse enfeitiçado. Talvez algum elfo escondido o tenha encantado enquanto se escondiam das flechas.
Mas então Harsk se jogou contra o piquete que estava às costas, assustando não só Dorín, mas dois elfos que tinham se esgueirado até atrás dele. Estavam prestes a emboscar o anão, quando o tronco grosso passou por cima deles, e Harsk não se deteve. Mesmo tendo machucado o braço no esforço, o machado gira por cima da cabeça e cai certeiro no meio da testa de um elfo que preparava um tiro com flecha de fogo.
"Traiçoeiros!!", ele brada. "CLANGEDIN NÃO TERÁ MISERICÓRDIA DE COVARDES."
O que vem a seguir é uma dança frenética, intercalada por gritos e gargalhadas, e pelo girar do enorme machado.
Quem não o conhecesse diria que harsk estava completamente louco.
Quem o conhecesse já não teria a menor dúvida disto.

Dorín corria atrás dele, mas a insanidade do anão o fazia dar passos largos, pulando em cima dos elfos e passando no meio deles, tornadno os arqueiros completamente inúteis.
O clérigo distribuía marteladas. Mas nada se parecia com a loucura que Harsk fazia. E numa passagem derrubou três elfos, acertando um e atirando-o sobre outros dois, terminando em pé em cima dos três.
Ele olha para os próximos, joga longe o machado...
Dorín sabia o que viria a seguir...

Fugitivos!! 83ce1b10

A Maldição de Harsk era diferente de todas as outras, e esta noite ele havia se entregado à fúria animal. Talvez fosse a raiva, talvez a loucura... ou talvez Harsk tenha simplesmente sucumbido ao Lobo.
Qualquer que fosse a resposta, os elfos se arrependeriam de tê-lo atacado... se restasse algum vivo até o final da noite.

Continua...
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Mensagem por Felipe Dom Abr 29, 2018 5:19 pm

A dor era enorme, só não era maior que o medo de acordar sozinha e ao relento, no frio das montanhas.
Chega a cambalear, oportunamente o arco estava perto, servindo agora de muleta.
Ia apoiá-lo quando um braço forte cruzou as costas, e mãos firmes apoiaram seus ombros para que não caísse.
- Aguenta firme, garota. Temos que sair daqui.
A meio-elfa mal teve tempo de ver o rosto sério da anã, a mão instintivamente buscando as dela no ombro para dar mais apoio, quando sentiu as bandagens. Eram pretas com símbolos prateados bordados numa espécie de oração.
No instante seguinte, as duas estavam descendo uma ladeira. Arriscado ou não, não podiam permanecer ali. Não era seguro, e a meio-elfa grunhia, a perna precisando urgentemente de cuidados.

Desciam a encosta às preças e aos troçeços. Por vezes Shar fazia a maior força, girando a garota no ar para tirar o peso da perna ferida, que voltou a sangrar. Mas aqueles olhos... estavam por toda parte.

Fugitivos!! Olho10

O que quer que fosse, se movia com uma velocidade assustadora. Primeiro estava na encosta, depois no barranco, em seguida entre as pedras, no meio das árvores...
Não dava pra fugir.
A monja parou por reflexos, uma flecha passou zunindo na altura do olho.
Dois arqueiros camuflados estavam na mata, e o próximo tiro seria limpo.
Shar se aprumou como pôde, seria o tempo de largar a garota e voar sobre os dois, e torcer para ser rápida o bastante.

[...]

Um deles gritou, algo agarrado à perna. O sangue marcava a mata.
O segundo elfo se virou, e o olho perseguidor apareceu ao lado dele, mas estava numa árvore... o olho ERA a árvore??

Continua...


O corpo cai pesado. Tremia de frio e fraqueza, pelo vento frio e pelos ataques mágicos.
"Desista, Ral. Não pode vencer."
O mago mantinha o olho ferido fechado. Não precisasse dele para "enxergar" o anão, afinal eram tantas feridas que os animais se encarregavam de apontá-lo. Os abutres e os vermes carniceiros.
Ral cospe mais um pedaço das tripas, e um punhado de sangue. Apoiando os braços quase sem força numa pedra, força a se levantar.
"Entendo! Então escolhe cair com o restante de seu grupo. Que assim seja. Vou lhe garantir um fim digno, anão miserável, será enterrado em cova rasa, seus coveiros serão corvos e VERMES. Os lixeiros da natureza."
A visão mal respondia senão por manchas e borrões. E agora os sentidos pregavam peças. Um vulto enorme se aproximava da direção contrária. "O Ceifador, talvez!", pensou Ral.
Com seu grupo dizimado, restava pouca esperança de sobrevivência.
Seriam trucidados.
Seriam esquecidos.

...


"Shama!!"
Não era a voz do mago. Mas algo cruzou o ar, que mudou imediatamente para uma forte rajada de ar, quase cortante tamanha a força. O vulto já não estava mais à frente do anão. Tinha passado às suas costas.
TCHOF!!
O som seco de madeira... ou carne velha sendo cortada.
"Uma lança contra um LICH?"
"Não! SHAMA!!"


Ral jamais se esquecerá daquele brilho púrpura, ou do berro do poderoso mago morto-vivo reduzido às cinzas bem diante de seus olhos.
Então, seus olhos encontraram os do elfo... ou o que quer que fosse. Aquele olhar vazio que vivia num mundo sem brilho, sem emoções.

"Nós nos levantamos contra ELES. Como VOCÊ, Ral Dúri. Como SHEVARASH, contra os assassinos da CORTE."

Ral sente o peito queimar, o brilho púrpura ao seu redor, e o corpo adormece, a mente mergulha na inconsciência.

Continua...


Dorín e Harsk:
Dorín parou de contar os corpos depois da segunda dezena. Nem nas lendas de sua raça, ou nos contos mais exagerados de Dúrven, vira um monstro como aqueles. E mesmo que nos últimos meses os Andarilhos tenham se digladiado contra tantos lobisomens, era sabido que alguns eram diferentes, pois sua maldição era única, vinda de forças de além do Abismo.
Agora entendia os receios dos mais velhos em lidar com eles... em lidar com Harsk.
Mas os cantos, e os berros de como "CLANGEDIN OS ESPERA NO ALÉM, SÓ PRA MATÁ-LOS MAIS UM POUCO!!!" o atordoavam.
Eram tantos inimigos em fuga, elfos ou animais.

Então Harsk e um elfo enorme pararam frente a frente. Este elfo era diferente. Não tinha as feições finas e bonitas de sua raça, pelo contrário, tinha dentes pontudos e afiados, olhos avermelhados, e sua pele era vermelha de tão bronzeada.
- VOCÊ FEDE A FEY´RI. EU SABIA QUE NÃO ERAM ELFOS.
- Alguns de nós eram. Vocês os mataram mesmo assim.
- Elfos que se deixam levar pela sede de sangue e vontade de matar? CORELON não os quer. EU não os quero. CLANGEDIN os receberá no inferno.


O "elfo" ria quando o monstro saltou sobre ele. E como uma serpente, ele se esquivou, deixando no caminho um punhal que entrou fundo no peito do lobisomem.
Harsk deu mais alguns passos vacilantes antes de cair diante dos olhos assustados de Dorín, que agora se via frente-a-frente contra o fey´ri.
A aberração diz: "É hora de descartar a carne podre.", e vem em direção ao sacerdote, que segura firme o martelo. Ele não tinha a velocidade de Harsk, então fechou os olhos e rezou.
- Desista, CLÉRIGO!! Moradim não vai atendê-lo hoje... nem NUNCA!!

O elfo dispara uma escocada com seu punhal, pegando Dorín de surpresa e ferindo-o no braço, por muito pouco atingindo diretamente o coração do anão.
O sacerdote sente o braço arder, e depois amortecer... VENENO!!
Não precisava praguejar. A raiva e a incredulidade estava em seus olhos, ao que o perverso fey´ri apenas sorriu de satisfação, dizendo:
- Quanto mais caírem, mais saboroso será o banquete dos heróis que sobreviverem a esta maldita noite. Nós tomaremos o seu lugar, e o lugar dos seus. Primeiro a Erel, depois os Martelantes... e então...

A "cobra" parou de falar, percebendo um discreto símbolo traçado no chão.
Um grito entregou a tocaia, e algo veio certeira conta a cabeça do inimigo, que se desviou sem dificuldade.
Mas não esperava o segundo arremesso, a bola prateada acertando em cheio.
Se eram palavrões ou preces na língua abissal ninguém sabia responder. Mas o fey´ri parou atônito vendo o paladino sair das sombras e vir em sua direção. Mais alguns passos e ele deixou cair o escudo.
Fey´ri: Não se desarme, PALADINO! Ainda é cedo pra DESISTIR.
Thorgal: Não se preocupe. Deixo você fugir quando já tiver apanhado o bastante.

Quando o paladino cruzou os limites, o fey´ri, triunfante, pulou sobre ele, mas viu sua velocidade reduzira, e o paladino, juntando as duas mãos no martelo, rebatê-lo para longe.
Ele se levantou num rolamento. Não era dado a ficar caído perto do inimigo, e como uma víbora, se encolhia preparando um novo bote.
Fey´ri: Que truque imundo é ess...?

Antes que terminasse a frase, outra martelada. Desta vez vindo da direita. Era Kelbar, um dos gêmeos, os olhos furiosos.
O Fey´ri cai aos pés de Jharen, que olha pra baixo e sorri, ergue o martelo, desce com violência dando um berro.

O fey´ri desvia rolando para longe, indo parar bem no meio dos quatro.
Ele esbraveja:
- QUATRO CONTRA UM? INJUSTIÇA.
Thorgal: Eram quase 100 contra 12 de nós, e vocês não nos viram recuar. Agora é a nossa vez. Mas não se preocupe... - Ele cruza os braços - ... eu não vou bater em você.

Antes que o perverso respondesse, os martelos já giravam no ar, e a surra que levou seria de fato inesquecível.

Dorín olha para o outro lado da peleja, não vê Harsk em parte alguma.

Thorgal ergue o martelo:
- JÁ CHEGA! Deixem ele ir embora.

Os três Martelantes olham com ar de protesto, mas ele diz:
- Eu dei minha palavra de que o deixaria ir embora depois de ter apanhado bastante. Ele já não consegue nem parar em pé. Que rasteje de volta ao buraco de onde saiu.

Havia um brilho por trás do paladino. O maldito não conseguia explicar. O punhal caído, mas bastou olhar pra ele, e Kelbar desceu o martelo, partindo a lâmina e espalhando a toxina escondida no compartimento.

E assim Thorgar, Kelbar, Jharen e Dorín viram o fey´ri rastejar derrotado para longe, até sumir de vista.
Dorín questiona:
- Por que não colocá-lo a ferros?
Thorgal: Porque já temos gente demais do nosso lado pra carregar.

Continua...
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Mensagem por Felipe Sáb maio 05, 2018 7:09 pm

Shar e Yullie:
A dor havia desapareciro quando uma sensação primitiva emerge do interior de seus corpos, e Shar e Yullie tentavam em vão segurar as risadas.
A "árvore de olhos" se dobrava e acertava os elfos, como se fosse um ogro dando-lhes cabeçadas.
A cena era tão ridícula que chega a ser hilária. Ao mesmo tempo, o outro atirador afundou no chão até a cintura quando um enorme buraco o engoliu, e dentes afiados passaram a "mastigá-lo", arrancando gritos desesperados.
Então a árvore se levanta e, sem aviso, gira desde as raízes, como uma vinha descontrolada. E ao mesmo tempo o buraco "cospe" o elfo para o alto, caindo no arco da árvore-vinha que o acerta, arremessando-o longe na mata.
O outro elfo, sem saber contra o QUÊ lutava, decide fugir, ignorando as duas garotas que não entendiam nada.
Mas quando um volume enorme emergiu do chão, erguendo-se sobre poderosas pernas, e o mesmo olho perseguidor de antes se abriu, encarando-as, ambas ficaram em silêncio.
Yullie diz:
- Depois de hoje, ser comida pelo chão não parece uma sina tão terrível.

A meio-elfa senta, entregando-se. Estava cansada demais para continuar correndo.

Shar se assusta com outro volume emergindo às costas da dupla.
Ela sentou e girou com a garota, ficando costas com costas,

Fugitivos!! Andrea11

A estranha cruatura, da altura de um barranco, dobra-se até seu olho cor de limo ficar da altura do de Shar.
Os dois se encaram em silêncio, até que, do topo da "cabeça", uma grande boca se abre, mas não se move. Porém, as duas ouvem claramente a voz gutural:
"Homens em terras que não são suas. Elfos onde não devem haver elfos. Por que trazem sua Guerra até aqui, de onde já os expulsei uma vez?"

Shar não consegue responder à pergunta.
Às costas dela, Yullie era encarada por uma outra figura igualmente sinistra, parecendo um enorme bloco de lama-escamosa:

Fugitivos!! Xorn5e11

Então, a figura de Shar sem dizer nada encolhe uma das mãos até ela entrar em seu próprio corpo, e dele volta com um delicado frasco contendo um líquido rosado.
"Você vai curá-la. E vocês vão SAIR daqui. Chega de homens. Chega de suas GUERRAS nojentas!"

Como antes, Shar não consegue responder, apenas concordar.

Instantes depois de ter visto os dois corpulentes seres afundarem na terra semd eixar qualquer sinal de sua passagem, senão por uma árvore toda encurvada, mas que transmitia um estranho ar de "satisfação", a garota já havia bebido a poção, vendo com assombro as feridas da perna fecharem e desaparecerem uma por uma.
No início houve dor, quando o osso lutava para voltar ao lugar, rasgando pele e carne. Mas depois, tudo não passava de um formigamento.

Yullie não demorou a rastrear o caminho de volta às escadas, e no caminho encontraram...

Continua...


Ral:
O anão acordou com batidas fortes na cara.
"ACORDE, seu molóide!"
Hardk estava (quase) irreconhecível. Ele tenta dizer algo, mas falava tão rápido que Ral não conseguia entendê-lo.
- Hein?
Ral tentou.
Harsk diz, irritado:
- FALE, homem? Que moleza é...
Ral segurou Harsk pela barba. Seu olhar era calmo. mas algo nele causou um forte arrepio no clérigo:
- Eu acabei de ter um dia dos infernos. Vi minha unidade ser assassinada. Vi elfos que não eram elfos surgir e desaparecer, e por fim lutei sozinho contra um lich. Então se quiser se acalmar e falar devagar...

Todos tinham medo de Harsk. RAL tinha medo de Harsk. Mas ali, naquele instante, Ral não tinha medo. Ral não sentia raiva ou frustração.
Ral não sentia NADA!!

Harsk explicou como pôde sobre as lutas, a emboscada e o quase assassinato pela faca envenenada do fey´ri. E não sabia por que contou a Ral de sua estranheza com o recém-adquirido gosto por sangue.
Ral respondeu objetivamente:
- Você é um lobisomem. Quando se transforma, seus pudores vão pro Limbo. O que resta é um animal assassino e sedento por sangue. Por que isto seria tão estranho?

Os dois conversaram por um bom tempo, e desta vez era o batedor que parecia aconselhar o sacerdote, quando mais movimento surge no topo da colina.

Ral se alegra vendo as garotas vivas, Shar e Yullie. Esta última caminhando sem dificuldade.
Ele certamente perdeu alguma coisa. Mas ELAS também perderam muito.

Do alto, os olhos atentos do batedor avistam ondas de elfos fugindo pela encosta, escorraçados da mata. Mas também percebe que isto em nada abrandava a escuridão do céu.
Então um sentimento horrível. Tanto Ral quanto Harsk olharam para o alto, onde antes havia uma gigantesca nuvem de tempestade.
Ela tinha olhos... CENTENAS deles.
E vinham todos nesta direção.


Dorín, Dipfein e Martelantes:
Thorgal havia acabado de reunir os martelantes ainda em pé com todos os outros caídos.

Bulor, Kelbar, Jharen e Rolnar se revezavam nos cuidados com Torin, Rude, Kiergan, Kanghar, Dórin e Réxis.

A aura de profanação só aumentava, bloqueando qualquer tipo de cura, normal ou mágica.
Depois de reunir os homens, a quem se juntaram Dorín, carregando Dipfein, Thorgal ordenou a retirada.
Deveriam voltar à encosta da montanha.
As coisas iam de mal a pior, e os Andarilhos, seus LÍDERES, haviam desaparecido.

Demoraram a encontrar o caminho pela mata, e mais ainda, demoraram a reconhecer o passo das escadarias, irreconhecíveis depois de um combate ferrenho entre o que pareciam homens e feras.
Blocos inteiros, pedaços inteiros de terra e pedra estavam atirados para os cantos.

E tinha aquele enorme paredão de plantas negras como piche, com espinhos longos e afiados. Um simples arranhão, e viram as poucas gotas de sangue ser absorvidas pelas pontas afiadas.
Uma "Trepadeira das Trevas".

Thorgal tira o elmo só pra coçar a cabeça e depois as barbas, dizendo aos demais:
- Algo que um druida faria. Bloqueando nossa fuga. More, talvez. Mas será que ele seria tão tolo de barrar a fuga do grupo?

Então o chão estremece, e a poderosa nuvem negra ressurge, explodindo em várias partes menores, que começam a se espalhar no meio de brumas coloridas...
Não, não eram pequenas nuvens. Eram OLHOS. Centenas de beholderes descendo das nuvens, seus raios espalhados por toda parte feito faróis de desespero e desolação.

Até mesmo Thorgal sente o ar faltar.
Então a nefasta planta, a Trepadeira das trevas, se agita, e começa a se desfazer em cinzas.
O caminho parecia livre, quando uma aura assustadora rompe o caminho.

Antes que o paladino ou os acólitos se dessem conta, as armas já estavam nas mãos.

Desolação...
Desespero...

Fugitivos!! Mtgfre10

A figura era totalmente negra, e nem um ponto de sua pele era visível além da escuridão da túnica. A única coisa destoando eram poderosas manoplas douradas que brilhavam, e seu brilho era assustador.

- Martelantes... - A voz era terrível. - É hora de CAIR!!

Continua...
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Mensagem por Felipe Dom maio 06, 2018 3:58 pm

Os anões e a meio-elfa corriam escada acima. Não haviam outro caminho. Enormes buracos e marcas de confronto se espalhavam pelas escadas que desciam, e do alto ainda viam a enorme coluna de espinhos bloqueando a passagem.
O melhor seria avançar.
Yullie reagiu por reflexos atirando uma flecha à frente, mas esta parou no ar... ou assim pareceu.
Um enorme beholder, até então invisível, surge diante do pequeno grupo.
Os olhares se arregalam, e em resposta o enorme mnstro arregala todos os olhos, dando um berro assustador:
"AAAAAAAAAHHHHHHHAHAHAHAHA!!"
A coisa, um enorme olho cercado por tentáculos com olhos menores, cara um brilhando numa cor.

A coisa ria, flutuando no ar, e quando outros se aproximavam, o grande olho central virou-se pra eles, gritando:
"ESTES SÃO MEUS. VÃO PROCURAR OS SEUS PRÓPRIOS BRINQUEDOS."
4 outros beholderes se espalham, buscando pela vegetação a baixo outras presas, e passam a se entreter com um grupo de elfos.
Harsk tentou se aproveitar da aparente distração co monstro, firmou a mão no machado e pulou sobre ele, apenas para ser atingido por um raio vermelho ardente e atirado longe, as roupas em chamas, se debatendo ao retirá-las.
O monstro ria do descuido, outros olhos brilhando intensamente.
Ele se virava pairando no ar, virando devagar, "saboreando" o medo nos olhares de cada um.

Shar e Yullie estavam lado a lado, enquanto Ral o encarava.
"O QUE FOI, ANÃO?"
TCHOF!!
"AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH!!"

O monstro levita e rodopia rápido e descontrolado aos berros com uma adaga cravada bem no meio do olho central. Já era o segundo olho mágico que aquela adaga destruía no mesmo dia.

"GRRRRRRR!!"

Às costas do grupo, um novo monstro surgia. As roupas queimadas revelavam um lobisomem medonho. E com os trapos lá se ia para as cinzas o velho cobertor com runas bordadas. A única coisa que mantinha Harsk sob controle.
Yullie se assusta, mas vendo o enorme monstro pairando no ar, os raios começam a descer.
Verdes, amarelos e azuis, golpeando e castigando cada um dos vivos.
Uma árvore foi reduzida às cinzas.
Shar foi atingida nas costas quando se virava, e em instantes era uma estátua de uma monja.
Agora restavam Ral e Yullie contra um monstro furioso, lutando contra outro ainda mais, que do alto apenas observava, e ria com sadismo e satisfação.

Continua em jogo...


Os Martelantes que restavam se enfileiram ao lado de Thorgal tendo-os ao centro.
Não estavam preparados para aquele confronto. Na verdade não estavam preparados para NADA desde que chegaram ali.
O tirano não e deteve um só passo, mantendo a subida firme. Então ele para.
Uma vinha escurecida havia resistido à sua aura, e subia como uma serpente, trançando-lhe a perna.

Thorgal hesitava. "Recuar ou Retirada!!" Mas para ambas, Bane estava no caminho.
O tirano, vendo a vinha, diz:
"Seelie!! Então será este o dia?"

Ele olha para Thorgal por baixo da túnica, e a dor na alma do paladino revelava que o tirano o encarava olhos nos olhos, mesmo que não pudesse vê-lo.
Então ele aponta o dedo da manopla dourada. Um raio dourado parte do punho, golpeando o paladino bem no peito e fazendo um efeito dominó sobre os outros, derrubando toda a unidade.

Com um tranco, o Tirano se desfaz da trepadeira escura, desta vez foram seus espinhos a secar em contato com o Avatar. Ele continua a subir em direção á unidade, que se levantava aos tropeços.
Do alto, cada Olho-tirano chegava cada vez mais perto, uma verdadeira e assustadora nuvem de observadores.

Bane regozijava a cada passo:
- Então a isto se resume a tão TERRÍVEL unidade dos Andarilhos do Destino? Aqueles que perturbaram meus Zhentarins por tanto tempo? Um bando de frouxos o que tenho sob meu comando. É hora de mudar as lideranças.

Thorgal lutava para se levantar, a armadura seriamente danificada lutando para se desprender dos ombros.
Ele empunha seu martelo, que brilhava. E uma fraca aura dourada "escorria" de seus ombros, indo rastejar até os pés de cada um ali, fazendo suas armas brilharem em igual intensidade.
A resposta do Tirano foi levar a mão ao inturão, tirando uma enorme maça de bordas afiadas, e núcleo escuro como um punho fechado.
Ele diz, em puro sadismo:
- Dê o seu melhor, PALADINO. Vou matá-lo antes do fim deste dia.

TCHOF!!

Arqueando para trás, a ponta da haste de ébano desponta no peito.
A segunda foi resvalada pela maça, os braços se moveram por reflexos.
Do alto de duas enormes pedras com olhos, um elfo de feições calmas empunhava um enorme arco longo inteiramente negro, e puxava da aljava outra flecha de ébano com pontas prateadas.

O Tirano não se abala e volta a caminhar, e com um golpe poderoso ele golpeia o escuro de Thorgal, atirando não só ele como toda a Unidade Martelante para o chão, enquanto segue caminhando em direção ás pedras. A fúria seria notória em seu olhar, se não estivesse escondido atrás da túnica.

De um passo que mais pareceu um salto magistral, o elfo caiu no chão com a graça de um bailarino, pousando com leveza sobrenatural.
"Fizeram bem, Vesto e Zusto. Agora vão cuidar dos outros. As coisas aqui vão ficar bem feias."
Como os passos, a voz era suave e calma, completamente vazia.

O Tirano ensaia uma arrancada, mas a velocidade espantosa do elfo coloca outras duas flechas no curso entre os dois, obrigando-o a retardar as passadas, desviando as flechas sem dificuldade, um passo depois do outro, a maça brandindo no ar provocando um assobio assustador.
Por sua vez o arqueiro disparava com tanta velocidade que mal se viam suas mãos indo da aljava ao arco, e como o adversário, também não recuava um só passo.

Quando bane já estava ao seu alcance, ele gritou: "SHAMA!!"

A poderosa lança rompeu a mata atingindo Bane pelas costas e colocando-o de joelhos.
Com um movimento rápido, o elfo guarda o arco e a espada salta-lhe à mão, descrevendo um poderoso arco que deixava em sua passagem um rastro pálido.
Mas a arma se chocou contra a poderosa maça, o punho fechado em seu núcleo parecia querer "segurar" a arma adversária.

Eram dois deuses de Vingança e Retribuição. Duas forças de puro ÓDIO se chocando.

Continua In Game...
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