More vs O Traidor

Já era noite quando Shesan, More e mais algum alcançaram a profunda floresta, ainda mais escura longe das fogueiras dos acampamentos e das piras da torre. Ali encontram Zin às voltas com vários de seus batedores. Era uma tropa peculiar, nenhum rosto amistodo, apenas olhares sombrios e de segredos. E o silêncio que se abate sobre todos à sua chegada.

Zin relutava em falar da contenda, em profunda negação. Dizia ser um assunto do seu passado. Primeiro pensou tratar-se de More a testar sua lealdade, mas depois de vê-lo lutar com as kukris, reconhecia o estilo mortal a que poucos drows dominavam. Apesar disto, não entrava em detalhes.

Shedan o pressionava, alegando que suas maneiras criavam discórdia e descrença na liderança da comunidade. Zin responde com insultos, a conversa mudando para o tom sombrio da língua drow, poucas palavras, mkais parecendo provocações e gestos rudes.

Sem opções de revelar mais detalhes, Shedan desiste de Zin, maldizendo-o. Não permaneceria no mesmo ambiente que um assassino reformado. A natureza mentirosa e desleal sempre iriam se sobressair.
More sente uma presença poderosa nos arredores, a terra revolve. Os drows se armam, preocupados.
Shedan, assustado, transforma-se numa coruja e se afasta entre as árvores, mas quando more ia tomar qualquer ação, sente uma dor lancinante cortar-lhe a carne. Sem perceber, Zin saltara através das sombras, indo parar às suas costas e cravando fundo uma adaga bem no meio da espinha.
Sentia todo o corpo entorpecer, e só conseguia ouvir do assassino: "Mehor que seja pelas minhas mãos."

Outros batedores se armam e tentam recuar, mas os assassinos de Zin prontamente os derrubam com arcos e adagas, sem chance de qualquer proteção.

Arrancando a adaga fria de suas costas, Zin o deixa cair, apenas retirando de sua bota a faca mortal do Caçador, dotada de algum feitiço.

A presença sobrenatural era tão assustadora que More sentia-se nauseado por sua mera aproximação. Era como se a própria natureza recusasse aquela forma profana, afastando seu ar, sua presença, da clareira.
O fogo crepitava cada vez mais alto.

Então, uma voz inumana, como se saísse das profundezas de um corpo sem vida, um sussurro medonho, diz:
- Por que matá-lo?
Zin: Ele nos descobriu. Cedo ou tarde aconteceria.
- Suas ordens eram vigiar e relatar. NUNCA se mostrar.
Zin: desta vez foi diferente. Havia testemunhas.
- Todos mortos. A vida de Olori nos pertencia.
Zin: Não mais...

Fora do alcance de visão, More ouve um breve som de luta, seguido de Zin atravessar voando a clareira, atingindo com as costas o tronco grosso de uma árvore, caindo duro no chão. Um gemido e um olhar de pânico é tudo que escapa da boca do assassino, e então More vê algo ainda mais assustador: Sombras emergiam por toda parte, a de Zin tomando a dianteira, todas unindo-se e partindo a enfrentar a criatura.

A presença se aproximava, fazendo a dor aumentar, as náuseas e o vômito brotavam na garganta, juntamente ao gosto de sangue. Não tinha qualquer força. O golpe de Zin foi perfeito para paralizá-lo e deixá-lo à morte, que certamente se sucederia em alguns instantes.

PAF

PAF

Os passos se aproximam, e ouvia por todo arredor som parecido com o rasgar de grossas cortinas, eram as sombras, mortos-vivos e seres de outro mundo sendo destruídos pelas garras do monstro.
Finalmente, silêncio. Tenso... mortal...

Um pé inumano surge à sua frente, a criatura o agarra com patas monstruosas, e um brilho nefasto no olhar, que fazia sua alma querer fugir de seu corpo.



Então, a voz inumana e mortal diz, olhando-o fundo nos olhos:
- Ainda não acabou... DROW... Nunca vai acabar.

Ele o atira contra uma pedra, e More enfim desmaia.

A fraca iluminaão que rompia a barreira das copas chega aos seus olhos, com uma voz familiar:
- More?? More?? OLORI!! Acorde, infeliz!!

Eram tapas dolorosos, mas pareciam suficientes para trazê-lo à realidade.

Shedan o apoiava no braço, e podia ver Helmut e Tharla ao fundo, acompanhados de mais alguém... Nigel.

Ao se levantar, escorado pelo druida, vê corpos negros espalhados pela clareira, não mais viscerais, não mais de carne e osso. Eles se decompunham como se fossem feitos de bolor, desfazendo-se como limo úmido, desmanchando-se numa forma pastosa e nauseante.

More encontra a faca largada no meio da clareira... quebrada...
O peito ardia, a marca de aranha fechava cada vez mais as patas ao redor do coração.

Shedan se desculpava por ter se apavorado, pensou que você o seguiria, mas quando não o viu em parte alguma entendeu que fora atacado, e tratou de voltar com ajuda.

More lembrava das palavras de Zin, frias e mortais como a de qualquer assassino, mas a forma como ele o emboscou... rápido demais, mortal e fria demais...

Então finalmente entende a identidade do impostor. Zin não era um refugiado, mas um infiltrado. O "Saldo das Sombras"...
Zin era um Dançarino das Sombras enviado para espionar o grupo, e de alguma forma o fez de maneira magistral.
mas a faca... qual seria sua relação?

* A primeira reação do drow e instintiva é desvencilhar-se do cuidado de Shedan e cair de joelhos ao chão e arrancando da costas a mochila, buscando saber se a adaga de Uriath ainda estava com ele e se fora "apenas" a adaga do caçador o único item roubado. *

Sim, a adaga de uriath ainda estava ali.
a faca do caçador estava ali na clareira, mas fora quebrada ao meio pela força do monstro

Vamos por partes


"Então, uma voz inumana, como se saísse das profundezas de um corpo sem vida, um sussurro medonho, diz:"

"Então, a voz inumana e mortal diz, olhando-o fundo nos olhos:
- Ainda não acabou... DROW... Nunca vai acabar."


São duas vozes diferentes correto, duas figuras diferentes?

* O drow apóia-se no cajado e tenta andar com vagareza, recolhe a arma do caçador e vira-se para os demais.*

- Continuamos em perigo, seja onde for. Esta terra toda está num jogo que transcende Comyr e nós principalmente somos marionetes nesta peça, resta saber quais personagens representaremos e se conseguiremos cortas os fios que nos manipulam. 

*Olhando diretamente para os três drows como se pedisse ajuda, logo vai ate Shedan e continua* 

- Temos que ... limpar esta terra Druida,enviemos alguém para convocar os druidas que estão ao norte do lago... e preciso de Arduliel aqui.

* ele tosse e coloca a mão sobre o rosto, preferindo fazer isso daqui ha alguns minutos, após minimamente se recuperar e se alimentar de informações. 

Olhando diretamente para Nigel e após para os demais*

- O senhor tem mais informações sobre esses Dançarinos ?

*entre dores, arrepios e agonia vem a dúvida, Zin quis matá-lo para poupar o que ? E quem era a figura que o atacara por duas vezes ? *