Missa Negra!!
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Missa Negra!!
Cuidadosamente, a relíquia foi depositada no círculo. Conservada durante anos, o espírito da Criatura repousava em seu próprio sangue, arrancado depois de uma feroz batalha.
Seus asseclas, em círculo, recitavam seus cânticos, entoando as vozes e evocando o cântico dos Inferi. Espíritos de natureza inferior. Menores do que a Criação, mais fracos do que homens, mas o que não têm de força compensam em sagacidade.
A noite escura torna-se mais escura, e fria, ainda mais fria.
Entre eles, cultistas e visitantes se cumprimentavam. SIM, haviam expectadores. Algo tão esperado não passaria icólume, seus servos perceberiam os sinais de sua chegada.
O Protetor vem, descendo a montanha. Era ele que guardava a valiosa relíquia de tempos idos. Por tantas mãos já passaram, e desde o fim do Tempo das perturbações, as Leis dos deuses também mudou.
Não era mais permitido que os deuses assumissem avatares, ou emprestassem sua consciência a nenhum servo, de NENHUM mundo.
Mesmo assim, de alguma maneira, ELE conseguiu embrenhar-se até seus servos mais antigos, e sussurrar-lhes no ouvido sobre seu retorno.
Ele traz o conhecimento secreto dos séculos, ERAS sem vigilância. Pois seu poder era antigo, anterior às Novas Leis dos Deuses e Deusas.
Cada passo faz tremer o chão, visitantes abrindo caminho.
Cultistas, num transe animado, se moviam por toda parte, as túnicas e máscaras fantasmagóricas ululando ao vento frio da noite.
E a noite fria torna-se mais fria. A presença assustadora do protetor abrindo caminho, o meso estampado no rosto dos visitantes, e até mesmo dos servos mais fracos.
Seus corações param, aterrorizados. Esqueceram de bater ante a visão do demônio.
Ele para em meio ao círculo onde apenas os mais fortes permaneciam (em pé), e volta o olhar um a um. Sorri, satisfeito, vendo o valor de seus asseclas, e a ausência de receios em seus olhos. Mesmo vendo pais, irmãos e irmãs perder a vida, entes queridos reduzidos a vestígios assustados, uma vaga lembrança em suas memórias.
NENHUM DELES demonstraria hesitação.
O Protetor eleva a mão, trazendo da terra um altar, tão antigo quanto o Reino.
Por um milênio ele esperou aquele instante.
A terra revolve, braços pedregosos erguem-se das entranhas do mundo, estendendo-se às alturas.
Olhos mais atentos perceberiam Selûne paralisada no ar, seu trajeto triunfante detido por uma força muito antiga... muito MAIOR do que o próprio Astro.
A relíquia deixa seu esconderijo depois de séculos... quase um milênio. Roubada e devolvida ao seu Clero.
O Protetor ergue o pequeno frasco, algo viscoso... VIVO em seu interior.
Com palavras assustadoras, num idioma tão antigo quanto a própria Criação, cada assecla "responde" em oração e pensamento, tentando entender, repetir, e não enlouquecer tentando pronunciar as palavras corretamente.
- INFERI!!
Brada o protetor:
- NÓS O EVOCAMOS!!
Se dois ou três dos presentes pudessem entender as palavras já seria muito, de uma tradição tão antiga e milenar preservada com dificuldade por seus servos, e pelos descendentes de seus servos, e por seus próprios descendentes.
O chão estremece, e as mãos agora estendem-se em direção ao antigo altar, trazido à luz pelo protetor.
Todos os sinais eram claros. Tudo estava pronto.
Então, com o dedo, o protetor, erguendo o frasco, empurra para fora de seu repouso a pequena rolha de cera, fazendo a substância negra em seu interior se agitar, quase fervilhar.
Com mais algumas palavras na antiga língua, desta vez nenhum dos presentes pôde compreender.
O líquido é derramado sobre o altar, fazendo um "tsssss" do choque entre o seu calor e o frio da pedra.
Ele se espalha por toda superfície, seus limites deixando o topo do altar e se perdendo na noite.
Como uma estrela, suas pontas e extremidades abrem-se para todos os cantos, como uma lâmina mortal perfurando o peito de cada cultista presente em seu despertar.
Como facas frias, cada coração perfurado tem sua força vital atraída para o centro da invocação, pulsando e drenando a vida de cada servo presente.
E o mais assustador... NENHUM deles hesitava em se entregar.
Finalmente, depois que todo o sacrifício fosse assimilado, que todos os mortos desaparecessem, restava apenas o Protetor em pé... e o altar... vazio.
O Protetor o olhava espantado. Esperava por algo. DEVERIA acontecer algo...
Um rito, uma MISSA NEGRA preparada por tantos séculos...
Algo saiu errado.
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