A Recém-chegada - Talluryen Meliadil!!

Nos últimos dias de viagem, Talluryen esteve na companhia de outros elfos.
Desde sua chegada ao continente, juntou-se a uma força predominante que agia na Floresta do Rei, no coração de Cormyr. Apesar de sua comunidade reter os traços élficos em suas construções, em nada se pareciam com Evermeet, sua terra-natal.
A grandeza das torres em Leuthispar, ou o grande Santuário de Angharradt, a Deusa Tríplice. A única força cosmológica á qual Corelon ainda se curva, depois de sua mãe Sehanine.

Deixando as lembranças de lado, Talluryen havia lutado contra forças obscuras escondidas no coração do Reino. Uma ameaça que apenas os elfos foram capazes de encontrar, protegidas por cultistas assassinos e desleais, os últimos deles fugiram para se refugiar nas cidades, onde sabia que o contingente élfico não seria eficaz. E pior, seriam caçados pelo inimigo sem poder se defender.

Então os agrupamentos foram se dividindo, conforme outros indícios inimigos foram sendo descobertos.
Alguns embarcaram para o mar, na Costa do Dragão, perseguindo piradas.
Outros voltaram-se para o pesadelo vivo, a ameaça em Sembia, representada por um enorme templo Sharano em construção. Mas algo que considerou ser demais pra você, pelo menos por enquanto.

Então Talluryen tomou o caminho das montanhas, passando por uma das capitais do Reino, Arabel, e esbarrando na confusão e na intriga em que viviam os homens.
Um reino secular ordenadamente governado com calma e uma hierarquia solidamente constituída ao longo dos séculos de governo, agora, com o fim da guerra e a morte de seu Rei, estava desmoronando pela intriga, corrupção e ganância de uma nobreza decadente.

Deixando a terra dos homens para trás, logo receberam notícias da ação de elfos nas montanhas, um grupo desconhecido sob a bandeira de Elwë Anárion, a Nova Esperança.
Um grupo de elfos vindos da Costa da Espada, liderados por outro elfo de Evermeet, um Herú (mestre espadachim) e Bladesinger chamado Finn Goldpetal.
Há quem diga que ele teria fundado um tempo de Corelon bem no meio da zona de confloitos para cuidar dos feridos.
Mas também haveriam rumores falando de um outro lado do elfo, um "desordeiro que não responde a ninguém, que teria se juntado a uma força de aventureiros conquistadores e desonestos".

Fosse como fosse, valia a pena conferir, uma vez que, se os rumores fossem verdadeiros, seria alguém usando o nome do Pai para propósitos escusos e desleais.
Ou poderia confirmar a honestidade de Finn, acabando com os falsos boatos, quem sabe até conseguindo rastreá-los à sua fonte.
Mas primeiro, precisava encontrá-lo.

Então, depois de cruzar uma região conturbada, abrigando-se durante uma tempestade violenta no Forte Alastor, onde o notório grupo conhecido como "Andarilhos do Destino" havia conquistado grande renome.
Seu lorde e protetor, um rico mercador, estava se desdobrando para recuperar as finanças da região, e abastecer as cidades ao norte com provisões e alimentos.
Desde o fim da guerra, várias vilas foram extintas pelo simples fato de não terem como subsistir. Sua população refugiou-se em fortes pelas montanhas ou em outras vilas.



Esta é a realidade encontrada em Boven. Um pequeno vilarejo de caçadores e lenhadores que durante anos viveu da caça e produção animal, já que o plantio pelas montanhas nunca foi de fácil cultivo.

Mas desde a guerra, quando seus rebanhos foram mortos ou roubados, a vila passa por grande dificuldades.
Os rumores falavam de uma viça próspera, lar de diplomatas e nobres soldados.
Mas a realidade encontrada é outra. Casas desertas, ruas ermas, e se não fosse pela taverna bem no centro da vila, pensaria tratar-se de uma cidade-fantasma.

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Talluryen chega a cavalo acompanhada de outros dois elfos arqueiros, indicados para protegê-la no caminho. Eles não pertenciam a nenhum dos exércitos que encontrou até então. Eram itinerantes, simples exploradores dos novos caminhos daquelas terras querendo conhecer mais sobre os "elfos de ontem".

* Lembre-se, Evermeet é considerada uma terra lendária até mesmo para os elfos mais jovens.

Seus companheiros de estrada:

Durlan Duirsar:

Elfo do Sol de maneiras diplomáticas. Arqueiro astuto e batedor perspicaz, tem o orgulho de sua sub-raça, embora não chegue ao ponto da xenofobia de outros.




Nardin Elroth:

Elfo da Floresta, territorialista e protetor. Embora seja um batedor formidável, é mais dado à ação do que a calma de seu parceiro de estradas.

Talluryen observa o vilarejo com certo pesar. Era triste o que a guerra causava a um local. A cada lugar que encontrava, sentia mais ainda que havia tomado o caminho certo. Comparado a tudo aquilo que ela tinha visto, Evermeet era um presente, uma dádiva dada aos elfos que parecia egoísmo desfrutar enquanto tudo aquilo acontecia em Faerun. O Pai de Todos estava certo, não podíamos virar as costas aqueles reinos que antes seu povo antigo pisava.

- Acho que passaremos uns dias aqui. Vamos procurar um lugar para deixar os cavalos em segurança e nos hospedar. Quero procurar pelos grupos que ouvi falar. - Talluryen fala para Nardin e Durlan.

Talluryen estava ansiosa para conhecer o templo que ouviu falar, porém ainda não sabia onde exatamente encontrá-lo, bem como os outros elfos.

É de Durlan a idéia de buscar abrigo primeiro na taverna. "Um notório antro de viajantes, e o melhor lugar pra colher informações", estas foram suas palavras.
Ele refletia bem o pensamento dos altos-elfos sobre as outras raças.

Não foi difícil encontrar o lugar. era a casa mais barulhenta do vilarejo, diante da qual ficava um estábulo.
E a julgar pelo cheiro numa carroça de estrume, devia ter acabado de sair dali uma tropa inteira de cavaleiros. Mas o cheiro era HORRÍVEL.

Vocês logo adentram um ambiente acolhedor, já era final de tarde e havia muita gente ali, mercadores e artesãos descansando depois de um longo dia de afazeres, e um jovem casal, ele tocando um violino e ela dançando e cantando músicas regionais.

Entrar ali chega a causar um arrepio, deixando o frio da montanhas pra trás e sendo recebidos pelo calor do ambiente.

Talluryen achava os humanos fascinantes... Sua capacidade em resistir e adaptar-se, mesmo após o caos passar por suas vilas, era admirável. Ela dirige-se até o balcão onde sorri educadamente ao atendente.

- Boa noite senhor, somos viajantes. Procuro um lugar para meus amigos e eu descansar... E uma bebida quente se tiver. - Ela fala amigavelmente.

Com um sorriso acolhedor, o velho taverneiro diz:
- Ah! Pelos Deuses! Como é bom receber gente de bem, pra variar. Sejam muito bem-vindos! Infelizmente devido aos racionamentos, não contamos com muitas variedades, mas temos vinho-quente, vitaminas e até mesmo café, se tiverem paladar pra isso. Fora nossos maravilhosos ensopados.

- Aceitamos o vinho e o ensopado. - Ela olha para Nardin e Durlan: - Que tal escolherem uma mesa para nós?

- Venho a estas terras procurando pelos irmãos de minha raça que vieram para cá. Talvez o senhor tenha ouvido falar deles?

O taverneiro, em tom amigável e cordial, diz:
- Ah, os povos das florestas. Nunca canso de me admirar com eles. Muitos estão reunidos ao norte daqui, num povoado chamado LakeHeaven, administrado por um gnomo chamado Kevkan. Ali encontrará tantos elfos que vai se sentir em casa... talvez.

Uma mesa pequena é assumida no canto do salão, perto dos artistas.

- Obrigada pela informação, o senhor é muito gentil. Já sei para onde devemos ir. Mas antes, vamos descansar por aqui. Há um templo na vila? Talvez há algo em que eu possa ser útil.

Talluryen queria conhecer os lugares por onde passavam e prestar auxílios caso necessário. Também era um modo de saber mais sobre as histórias do local.

O tom do taverneiro muda, parecia esperançoso... ou preocupado:
- Ah, minha querida, ninguém se importa muito em cuidar desta vila decadente. Templos não temos. Mas recentemente dois clérigos se estabeleceram aqui na vila. Infelizmente, depois de duros assassinatos. Um deles foi Zacharias, um clerigo de kelenvor que mudou-se para o nosso cemitério depois que seu predecessor foi assassinado. A outra está ao norte da vila. Quer dizer, ela está morando aqui na taverna. Mas passa seus dias numa casa abandonada ao norte da vila, onde está tentando consagrar um pequeno altar à deusa dos viajantes, pra tentar trazer um pouco de paz aos moradores, antes que esvaziem de vez a vila. Seu nome é Aelynn, uma jovem cleriga de Selune.

- Vou gostar de conhecê-la. Espero que as coisas melhorem por aqui, não é mesmo? Temos que ter fé.

Ela sorri e agradece novamente a atenção do taverneiro, já deixando pago os serviços de alimentação e hospedagem (ela paga o dobro do que é cobrado) e então junta-se aos seus companheiros na mesa.

- Parece que os grupos de elfos estão ao norte em um povoado chamado LakeHeaven, podemos partir para lá assim que possível. Mas... Acho que podemos passar uns dias aqui, ajudar no que for possível. A vila parece ter passado por péssimos momentos. Há uma clériga de Selune hospedada aqui, vou conversar com ela.

Durlan e Nardin comemoram. Mesmo batedores se cansavam de longos períodos nas estradas.
Antes que qualquer deles dissesse algo mais, você nota um meio elfo numa mesa solitária ao canto.
Parecia cansado, o arco élfico cuidadosamente desatado e alocado na aljaca, pendurada em sua cadeira contra a parede.

Percebendo-se observado, ele apenas acena com a cabeça à distância.
No mais, à exceção de uma jovem halfling que servia as mesas e se desviava com maestria dos passantes que não a viam, só havia humanos ali.

Talluryen havia visto alguns raros meio-elfos pelo caminho, mas sempre se intrigava. Muitos elfos da sua linhagem viam os humanos como criaturas inferiores e muito diferentes. Mas se houvesse tanta diferença assim, não existiriam os meio-elfos. Os deuses não permitiriam tal acontecimento.

Quando ele nota que ela estava observando, ela acena de volta com a cabeça. E então ela olha para a porta, esperava encontrar a clériga de Selune ainda aquela noite. Talluryen ficará fazendo sua refeição calmamente enquanto observa e aguarda. Se Aelynn estava hospedada ali, logo deveria aparecer. Senão, ela iria até o templo.

Vocês passam algum tempo ouvindo boa música, e apesar do vinho não ser dos melhores (afinal eram tempos difíceis), o ensopado, este sim era de primeira.

Vocês passam algum tempo entretidos quando, já um tanto tarde, uma mulher adentra na taverna, acompanhada por um pequeno grupo que conversava animadamente.



Ela acena para alguns e vai até o balcão. Estava visivelmente cansada.
Ela cumprimenta o velho taverneiro pelo nome, e os dois seguem conversando como velhos amigos.

O pequeno grupo que a acompanhava logo se dispersa. Sabiam que era tarde, e ela precisava descansar.

Talluryen aguarda ela terminar sua conversa com o taverneiro e então dirige-se até ela.

- Com licença... Desculpe, sei que é tarde, prometo ser rápida. Por acaso você é Aelynn, a clériga de Selune?

Talluryen fala de maneira simpática.

A moça, que não parecia ter passado de seus 20 anos humanos, diz:
- Sou eu mesma. Posso te ajudar?

- Meu nome é Talluryen Meliadil, sou clériga de Corellon Larethian e vou passar uns dias aqui. Ouvi sobre o que você tem feito, e dos problemas que tem ocorrido nesta vila, apenas gostaria de me colocar a disposição para ajudar.

Ela dá um sorriso e diz:
- Que bom. Toda ajuda a estas terras será bem-vinda. Estamos lutando para conservar esta vila, mas está difícil. desde que os lobisomens foram embora, as coisas só têm piorado. Mas aqui não é lugar para esta conversa. Se não se importar, estou cansada. passei o dia consagrando um altar. Podemos conversar pela manhã?

- É claro, também devo descansar, acabo de chegar de uma longa viagem. Apenas quis me apresentar. Foi um prazer, Aylenn.

Talluryen avisa Durlan e Nardin que irá se recolher e então vai para seu quarto, realiza algumas preces e descansa.

"Lobisomens... Parece que este lugar não tem descanso. Que Corellon me guie pelos dias que virão..."

Dando-lhe boa noite, a selunita recebe do taverneiro um pouco de ensopado e pão, e sobe para o quarto.

De volta à mesa, Nardin diz em elfico:
- É difícil encontrar humanas tão bonitas nestas terras. Será que ela tem o nosso sangue?

- Parece, não é mesmo? Também achei. Mas pode não ser linhagem élfica, pode ser até outra coisa. Seus cabelos são como os da Dama Prateada que ela segue.

Talluryen sabia que Selune era uma deusa boa, de tendências semelhantes a do seu deus. Seus clérigos costumavam ser muito bondosos. Ayleen poderia se tornar uma ótima aliada naquelas terras.

Durlan diz:
- A música e a bebida são boas. Mas ainda falta algo. Não sinto leveza no ambiente. Sinto alívio. Este não é um típico entardecer depois de um dia de trabalho. É o alívio por viver mais um dia. Há tanto sofrimento em seus corações que quase dá pra tocar.

O Quarto Coletivo (4x6m):
Inclui 2 beliches articulados com colchões de penas, uma arca diante de cada beliche, uma mesa larga para reuniões com várias cadeiras e um lampião a óleo.
Inclui uma fossa.

A porta não possui tranca, apenas uma fechadura de fecho simples.

Talluryen guarda suas coisas em uma das arcas, e retira a armadura e se prepara para descansar. Como de costume, pega seu livro de preces.

- Aquele senhor falou como se as ameaças dos lobisomens já tivesse cessado. Porém ainda não sabemos exatamente como andam as coisas aqui. Até lá, melhor evitarmos sair a noite sozinhos.

Ela acende uma vela e a coloca sobre a mesa, depositando ao lado o seu símbolo sagrado. Fecha os olhos e abre as mãos em reverência.

- Pai de Todos, Criador e Protetor de toda a raça élfica. Peço que olhe por teus filhos que caminham em terras conturbadas pelo mal, buscando levar sua graça e sabedoria a todos os seres. Que façamos nossa jornada em segurança e possamos auxiliar aqueles que precisam e que suas bênçãos recaiam sobre nós.

Ela sempre fazia uma prece antes de dormir, Nardin e Durlan certamente estavam habituados. Sempre pedia por sua proteção e a de seus companheiros.

Logo então ela apaga a vela, coloca seu símbolo no pescoço novamente e vai para a cama.