A Recém-chegada - Talluryen Meliadil!!

Um sonho incomum:

Estava em um estúdio, sentada numa larga mesa cheia de gavetas.
Escrevia algo, mas que não conseguia ler.
Então, a pena recusa-se a escrever. Primeiro, a tinta falha, depois ela se recusa a tocar o papel, e por fim, fica imóvel, no ar, a poucos centímetros do papel.

Sem entender, você a solta, para vê-la tornar-se duas... três... um punhado de penas com uma só ponta de metal.
Ela balança no ar, e por um breve instante parece ver algo escondido na penugem, quando ela dispara no seu peito, feito um dardo afiado.

Você acorda bem na hora em que ia ser atingida, já era tarde da noite, Nardin estava dormindo noutra cama, no alto da beliche. Mas Durlan não estava ali.
O mais estranho... vê desenhado na parede um símbolo estranho. Não estava ali antes.

Rabiscado na parede, ou melhor, entalhado, com algo pontudo e metálico... como uma pena.

Talluryen levanta rápido e assustada, indo até a cama de Durlan.

- Não... Eu falei pra não saírem...

Quando percebe o símbolo na parede, sente um frio na barriga. - Mas o que... - Ela se aproxima um pouco, tentando reconhecer o símbolo estranho (conhecimento história ou religião). Caso não seja nenhum símbolo que ela conheça, ela utiliza Detectar Magia para ter certeza que não é nada perigoso.

O símbolo era intrincado. Quem o colocou ali precisou de tempo. pareciam várias asas misturadas.
A base era um símbolo em Celestial, normalmente associado à altas castas de anjos.
Mas estavam invertidos. Talvez fosse alguma mensagem.

A cama de Durlan estava desfeita. Ele chegou a se deitar, mas saiu em seguida.

O símbolo na parede:

Ela caminha apressada até Nardin, encostando em seu ombro.

- Nardin, acorde. Durlan desapareceu!

Talluryen se apressa vestindo a armadura. Ainda não fazia ideia do que estava acontecendo, mas não era nada bom. Iria atrás de Durlan.

Nardin resmunga, reluta, mas logo deixa-se acordar.
Ele diz:
- Durlan dorme pouco. Já viu se ele não está lá embaixo estudando ou conversando?

- Ele também costuma escrever símbolos estranhos na parede? Vou olhar lá embaixo, espero que esteja certo!

Ela termina de vestir a armadura, pega a espada e sai rapidamente pela porta.

Nardin não entende sobre o símbolo, e olha intrigado.

Voltando ao saguão, apesar de ser madrugada ainda haviam algumas poucas pessoas ali.
Durlan estava numa mesa com o mesmo meio elfo de antes.

Talluryen para de repente quando vê Durlan, e fica alguns segundos olhando-o surpresa. Desconcertada, ela sobe novamente, sem entender aquilo.

- É, ele está ali embaixo...

Ela retorna até o símbolo e fica encarando-o. Quem pode ter feito aquilo? Como ninguém ouviu? Ela olha para as próprias mãos, pensando que poderia ter sido ela mesma, por causa daquele sonho estranho. Mas parecia impossível!

Sente um cheiro incomum, um estranho perfume feminino.
Ao mesmo tempo, a janela entreabre pelo vento noturno.

Caminha devagar até a janela, com receio de estar imaginando coisas.

TOC!!

Uma forte batida bem às suas costas.

Ela se vira rápido, esperando que fosse apenas a porta batendo com o vento.

Você vira no susto, cheia de espectativa... mas não havia nada ali.

Nardin ri, e diz:
- Por favor, vá dormir. Seus passos nesse assoalho velho parecem os de um elefante. Hahaha!!

Ela olha pela janela novamente, caso não veja nada de anormal a fecha e tranca.

- Mas e esse símbolo?

Talluryen fica sem entender nada. Seja lá o que fosse, havia perdido o sono. Ela senta em sua cama e fica um tempo pensativa, lembrando do sonho que tivera. Logo então levanta a decide descer para beber algo e se acalmar.

Ao descer, Durlan ainda estava na mesa com o meio-elfo. Ele gesticula para que se juntasse aos dois.

A esta hora, só haviam vocês, um jovem tomando notas em uma caderneta e um velho bêbado dormindo de roncar.

O taverneiro e sua filha levantavam as cadeiras para, pela manhã, poder lavar o salão.

Ela senta-se na mesa com eles e olha para Durlan.

- Faz tempo que você desceu?

Talluryen não conseguia tirar aquele símbolo da cabeça.

Durlan, sempre direto, diz:
- Algum tempo. Este é Tiryon, patrulheiro local. Ele estava me falando dos estranhos goblinóides que passaram pela vila a algum tempo.Uma tribo inteira de lobisomens aterrorizando a região.

O meio-elfo confirma com a cabeça.

- Ouvi sobre isso, o que aconteceu com eles? Ah, perdão, me chamo Talluryen.

Ela fala para Tiryon, interessada no assunto.

O meio-elfo serve um pouco de vinho de uma garrafa na mesa, a si e Durlan, oferecendo a você, e então diz:
- Primeiro foi a loba. Uma lobismulher bastante poderosa, e cuja maldição era diferente te tudo que já se viu. Não havia doença, nada de um mês de dor excrucitante. A mudança era imediata. Quando os goblinóides chegaram, ela havia cometido algumas atrocidades pela vila. Matou o protetor da Vila e assumiu seu posto como tirana, obrigando as pessoas a aceitá-la como líder. Então os orcs vieram, e ela transformou todos eles com sua maldição única e incomum. E em questão de dias mais da metade da vila era de monstros matando uns aos outros, enquanto os goblinóides, que por serem natos eram capazes de controlar a loucura, assistiam e se deleitavam. Sádicos.

Ele falava baixo. Não havia por que trazer velahs lembranças àquelas pessoas.

- Isso é terrível, Tiryon, como acabaram com essa loucura?

Ela aceita o vinho, dando um gole em seco. Prestava atenção no que Tiryon dizia, mas no fundo da sua mente aquele sonho é o recém acontecido a incomodavam. Havia um peso naquela cidade... Talvez houvesse algo pior. Talvez aquela mensagem na parede quisesse avisá-la sobre algo...

Tiryon diz, com um certo peso na voz:
- Infelizmente, a vila estava condenada até a chegada de um grupo de aventureiros. Entre eles havia um lobisomem poderoso. Um natural como o xamã dos lobos. Imune aos seus encantamentos, e muito mais forte, fisicamente. Foi ele quem derrotou a montra-loba e escorraçou o xamã. Mas depois de algumas dezenas, o monstro voltou, sendo novamente derrotado por Barduk, de Gauntlgryn. Um general-clérigo. Mas entre estas vitórias estão incontáveis mortes e torturas de gente da cidade. Alguns se mudaram para as terras altas de LakeHeaven, muito mais seguras e promissoras. Outros teimam em permanecer aqui, no meio de lugar algum. Então os líderes locais recorrem a mercenários e aventureiros para proteger suas casas.
As autoridades do reino não querem saber daqui. Está tudo nas mãos de errantes.

- Pelas histórias que ouvi, esta vila já foi próspera. Muitos viajantes também passam por aqui para chegar ao Norte. É uma pena que a vila tenha sido abandonada dessa forma.

Talluryen fala também com pesar.

Tiryon pergunta:
- Já ouviram falar de Gondegal? REI Gondegal?

- Acredito que não...