Convergência - Barduk, Henri e More!!

Os últimos dias foram tão atribulados que seus corpos desencontravam de suas mentes. Eram rotinas de pequenos gestos, ações repetitivas e tão rotineiras que mal as viam fazer.

O amanhecer do dia seguinte, tendo Dorín ao seu serviço mostrou-se bastante prestativo no auxílio dos afazeres templários de Barduk, mesmo não estando mais preso aos afazeres de Capelão. Não queria admitir, mas sentia alguma falta as rotinas, e de ter alguém para se preocupar com as pequenas coisas, deixando-o livre para cuidar das mais importantes.
Bhark acorda aos berros, depois de roncar feito um selvagem a noite inteira (foi banhado durante o sono pelo servo invisível de Michael, que o embalava e assobiava para não despertá-lo. Barduk nunca vira o Battlerager tão limpo desde que o conhecera. Restava saber se ELE iria gostar disso quando acordasse.

More segue com as últimas carroças, eixando pra trás a clareira do combate, agora sem nenhum sinal dos últimos acontecimentos. Era interessante como a própria mata se encarregava de curar as feridas.
O "passeio" de volta Jhaerl correu tranquilo, toda a trilha protegida por um caminho de tochas e guardas a cada 500 metros um do outro. Cada canto estava bem guardado.
More chega ao "povoado" com uma sensação estranha na mente, a leveza quase onírica de que os últimos dias não passaram de sonhos.
Álak diz: "O clérigo dos mortos enviou caçadores atrás dos elfos. Quer saber quem são, e por que não se mostraram quando foram convocados a fazê-lo."
Sabia da determinação dos clérigos, pois convivia intimamente com um nos últimos tempos. sabia que nada iria pará-lo.

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Eram os passos finais. Já conseguiam avistar parte da paliçada que protegia (ou tentava) a face norte da vila que, aos poucos, ia se erguendo. Era como ver uma história evoluindo, uma criança desabrochando na puberdade e se transformando num jovem adulto. Uma pacata vila de caçadores e artesãos tomava uma nova forma. Haviam moradores armados, alguns trazendo as cicatrizes que marcam eternamente a alma dos jovens aventureiros arrancados do berço de sua tranquilidade. O olhar daqueles que viram do mundo mais do que gostariam, mudados para sempre.

Então as comitivas se encontram ao se aproximar do enorme marco de ogros petrificados diante da taverna que por tantas vezes os acolheu.
De um lado, More, Dipfein e Álax; Do outro, Henri vinha montando em Algoz, seguido por Barduk, Bhark e Dorín.

Quando se envontram, os olhares enfim convergem uns para os outros, a tranquilidade reacende nos corações. Mas então, como se olhassem através do pesado véu de um outro mundo, um peso incomum surge em cada coração.
Havia algo estranho. Algo errado.

Nem Barduk, nem Henri e muito menos More, tinham qualquer recordação do dia anterior. Por mais que tentassem, por mais que se esforçassem, só conseguiam voltar ao último instante de calmaria.
Barduk: Lembra de ver o sol nascer ao começar suas preces.
Henri: Terminava de arrumar suas armas e reencontrar Algoz, que voltava de uma caçada.
More: A visão da Jhaerl no meio de uma calmaria tremenda.

...

Nenhum dos três conseguia se lembrar do que aconteceu depois disso.
O sol mal havia despontado no firmamento. Era o amanhecer de um novo dia.

Mas ONDE ESTAVAM AS LEMBRANÇAS DO DIA ANTERIOR?

Perderam um dia inteiro, como se fossem enfeitiçados. Um breve contato visual com a companhia de cada um que estava ao seu lado os faz perceber que não eram os únicos.

* o druida simplesmente para, estabacado e olha para os demais de maneira assustada*

- Onde... onde vocês estavam?

*o anão dá de ombros, não entendia a pergunta, mas ela parecia fazer algum sentido*
-CERVEJA, JAVALI E PÃES

*fala para ninguém em especial, mas sabia que o taverneiro ou suas ajudantes entenderiam. Senta-se esperando que o grupo se reagrupasse*
-não sei o que está havendo, mas sei que perdi tempo demais por aqui. Vou para Arabel e de lá pra Suzail antes que a própria princesa regente venha me arrancar destas terras e depois me jogar numa cela imunda e cheia de ratos. Odeio ratos HEHEHE.

Ainda confuso com tudo e o que teria acontecido no dia anterior, realmente estava perdido em pensamentos e devaneios!
Aquele sensação e aquele misto de sentimentos, mas agora com o coração aquecido por ver todos ali reunidos!
Pulando de Algoz e fazendo um carinho em sua cabeça, vou adentrando a taverna e já ouvindo Barduk falando alto.
- Anões sempre falando alto, no começo do dia!

Antes que percebessem, já estavam ao redor de várias mesas unidas como uma grande bancada. Apesar de não ser como os banquetes de Gauntlgrym, era o melhor que aquelas terras tinham a oferecer em meio ao caos que se encontravam.
Um grande javali e algumas galinhas, bolo de grãos, pão e muita cerveja.

A taverna ainda começava os serviços. Vocês foram os primeiros a pedir o almoço.
Num canto, Barduk reconhecia um velho acompanhado de dois caçadores locais. Lembrava dele, um dos muitos Magos de Guerra presentes na reunião catastrófica. Um dos poucos em quem, sabia, Michael depositava alguma confiança.

* O Druida fica parado ainda do lado de fora, incomodado com a falta de entendimento, angustiado seria a descrição correta. Para Algoz, enquanto os demais entram.*

- Você também não se lembra? O que estava fazendo com Henri?

Algoz: Como, o que eu estava fazendo? Você me mandou atrás de Barduk pra buscar ajuda, e o general mandou o feioso voltar comigo. Acho que seus miolos estão fritando.

Sabia que tinha algo errado! Me conte o que aconteceu ontem !

*Faz sinal para o worg esperar um segundo antes de começar a falar, na porta ele faz um sinal sério com a mão chamando-os pra fora, não iria falar sobre planos no meio de uma taverna cheia. Afasta-se com Algoz alguns poucos metros, onde não tenha ouvidos e espera o ouve com atenção, sabia que ouviria impropérios, mas era um início*

Algoz resmunga e reclama, e por fim se afasta da taverna indo aos fundos de uma casa. Atraído pelo queiro, uma velha senhora dá um pedaço de torta ao "cãozinho bonzinho" que protegeu a vila.
Só depois de comer um bom pedaço, ele senta e fala:
- Se eu conseguisse tirar a fumaça dos meus olhos, tiraria. Não sei como vocês, humanos, se acostumam a viajar sem estradas. Só me lembro de Henri ser atacado pelo battlerager mais fedorento que já vi, e depois uma boa noite de sono ao lado de Barduk e do Mago. Na manhã seguinte... bem, aqui estamos.

-Antes! Vc disse que te mandei pedir ajuda a barduk, pra que? Cão bonzinho que protegeu a vila!

* senta-se ao lado de ALgoz , força a memória pra tentar lembrar do que ele esta falando*

Algoz resmunga:
- Himpf!! E sou eu o desmembrado. Você mandou avisa-lo dos portais e da presença dos drows na região. E ele mandou Henri pra investigar. Na volta, nos perdemos no maldito nevoeiro... SLEPT... E quando achamos o caminho encontramos o general confortável e descansado, saindo da cabana do mago. Até Bhark caiu no sono nesse lugar. E agora, aqui estamos.

*o druida roça a cabeça em Algoz como outro lobo*

- ALguém ou algo tirou minahs memória de ontem , n lembro nada disso! Drows, outros ?
*fica de olho na porta da taverna esperando que os demais apareçam*

*Barduk vê a movimentação do drow mas não se levanta, havia algo a ser investigado. Aquele mago...teria de chegar a ele, poderia ser uma porta para a nobreza. O anão arranca um naco grande de carne e espeta com sua adaga dando uma bela mordida*
-comam e bebam como bons anões que somos, logo partiremos a Lakeheaven.

*se levanta e segue até a mesa do mago levando seu pedaço de carne de javali e um caneco de cerveja e fala com a boca ainda cheia de comida*
-caras como você são escassos nestas terras, os poucos que se aproximam querem meu pescoço em uma bandeja.

*uma engolida seguida por um longo gole de cerveja, um arroto gutural. Limpa a boca com as costas da mão*
-desculpe os modos. E então, quais as impressões que causei em sua última visita?

Respirando calmamente, o mago bebe lentamente de um pequeno caneco contendo vinho (ou assim parecia), estalando os lábios para saborear. Todo o ritual era lento, demais para a pouca paciência de Barduk, e quando o anão parecia prestes a um ataque de raiva, a impaciência acumulada com os últimos eventos, ele diz, mantando o tom calmo e irritantemente lento:
- Nem todas as impressões podem ser favoráveis, mas favoreça-se àquelas que julgar mais importantes. Fizeste o bastante para não acabar numa enrascada. Hellan foi a Gauntlgryn disposto a prendê-lo e levá-lo à corte para prestar esclarecimentos. Agradeça a Michael se ela não o fez. Da minha parte, não moro nestas terras. Então, minha impressão deveria ser a que menos lhe importa, neste momento. Pedi que alertassem seu drow de estimação, como dizem na Corte, e agora te darei o mesmo aviso. Não leve seus problemas a Suzail, pois pode não ter a mesma sorte, e acabará passando seus dias atrás de grades de ferro que não vêem luz do dia há muito tempo. Esta é a vontade dos poderosos, mas sua sorte o favorece. Pelo menos até este momento.

Ele se levanta, mantendo o tom irritantemente calmo, e diz:
- Quanto a mim, não opino nos ensejos corteses. Sou um historiador, e estou buscando algo muito específico nestas terras. Seus amigos, estes sim repletos de gratidão e histórias heróicas sobre os Andarilhos do destino, estavam me contando um pouco sobre estes prados. Mas sua chegada é afortunada. Por que não se junta a mim e me ajuda a elucidar alguns pontos nebulosos? Tenho certeza que, como poucos, você deve saber de boas histórias destas montanhas e, receio, do destino de minha viagem.

Os caçadores olhavam Barduk com a devida admiração. Nos tempos de zhentarins se infiltrando por toda parte, encontrar homens leais era realmente raro, e importante, para a moral dos Andarilhos.

* Olori para por alguns segundos processando o que Algoz falara e chama Alak e Dipfein para perto falando baixo com uma feição intrigada*

- Vocês também não se lembram do que aconteceu ontem?

*cumprimenta os caçadores. *
-senhores...

*puxa uma banqueta e se senta ao lado do mago enquanto saboreia sua comida e sua cerveja*
--Agradeço pelos conselhos, mas deixamos minha sorte de lado. O que exatamente você quer saber?

More:

Estava afastado, lembrando que Algoz entrou atrás de uma casa. Dipfein e Alak entraram na taverna, e estavam juntos de Ral e Ila.

Barduk e Henri:

Enquanto os dois drows, mais sorrateiros, buscaram um lugar discreto no salão, Ral e Ila sentam-se na mesa principal, banqueteando-se com os serviços dedicados.

Barduk toma seu lugar junto ao velho mago e os dois caçadores, quando o arcano diz:
- Sei que os seus já se aventuraram pelas montanhas. Por acaso não encontraram gigantes em suas incursões, ou encontraram?

*barduk não gostava de lembrar e não mencionaria o fato de Harsk ter salvo seu couro de um gigante*
-sim, tempos atrás. Os goblinoides juntos de alguns gigantes nos emboscaram não muito longe daqui. Foi uma batalha cruel, havia inimigos por todos os lados e amigos que, bem...amigos...
*um cuspe grosso no chão*
-os chamas rubras expulsaram alguns de suas terras e estes vieram parar por aqui, outros andam saqueando vilas por todos os lados, coloquei meus homens no encalço destes desgraçados.

*o fato de ter assentado os ogros na margem do rio yambém não seria mencionado, ao menos não neste momento*

More:

Numa rápida ida e vinda, logo os drows estavam reunidos nos fundos de uma das casas, confabulando.
Dipfein dá de ombros, como se dissesse "O
que há pra se lembrar?"
Álak, por outro lado, parecia intrigado, embora não revelasse todo o conteúdo dos pensamentos. Era visível que algo o intrigava, e sua mente lutava para unir as peças.

Barduk e Henri:

O velho mago ri baixinho e diz:
- Sim, eu soube do massacre nas cavernas. Se não me engano, sua primeira morte documentada. Hahahaha!! Mas não se iluda, meu bom general, magos não aprendem com boatos nem acreditam nas palavras dos bardos. Gostamos de buscar a fonte do conhecimento...

Ele junta as mãos e debruça na mesa, aproximando-se de Barduk e dizendo:
- ... É por isto que quando os Olhos no Céu dizem que os gigantes tramam algo grande, não posso crer que seja apenas um trocadilho envolvendo sua altura. E saber que eles expulsaram tantos ogros e gigantes das colinas para além de suas fronteiras só aumenta os alardes.

Ele se endireita na cadeira, bebe um gole de vinho... o cheiro adocicado entra no nariz de Barduk... e continua:
- Cultos, meu bom General. Há vários, e sei de alguns dos seus envolvidos, mas isto não vem ao caso. Quem sou eu pra dizer a um generald e sua tarimba como guiar suas tropas??

Pelas costas do Mago, Barduk nota que Bhark se preparava para algo inusitado, mas desiste diante da bajulação. Mas a julgar pelo battlerager, Barduk sabia que era mais provável que ele não tivesse entendido as palavras do mago.

O mago continua:
- O fato é que em meio a chamas-rubras, hordas goblinóides e até mesmo a aparição de alguns dragões, a única constante é a crescente influência de cultos obscuros na região, e como a força inimiga cresce sem conflitos, só pode significar que estamos falando do MESMO inimigo. Não concorda?

Os caçadores não conseguiam acompanhar o desenvolvimento das idéias dispostas. O próprio Barduk se perdia algumas vezes. Mas não era difícil mergulhar em suas lembranças, exceto pelo dia anterior. O nascer do Sol sobre o Escudo Flor de Jóia... e depois a chegada a Boven, deixando muitas perguntas na grande lacuna que existia entre ambos.

Barduk volta a si do devaneio quando o mago diz:
- ... GNOLLS, meu bom general. Uma horda impensável deles. Pouco conheço sobre esta raça, mas nunca são boa coisa.

Pensem D´Rezzi! A última lembrança foi de vocês perdidos com o clérigo e agora estão aqui de volta comigo? Onde estão os demais?

- Algoz acabou de me contar coisas que sequer lembro que aconteceram ontem comigo! Pensem, pensem pelo o que passaram, no dia de ontem, tem algo estranho, alguém tentando apagar alguma informação importante que descobrimos ontem!

* o tom de voz é baixo, como se confabulassem, mas a expressão é de susto*

More:

Dipfein: Parece algo que um illithid faria. Ou um ladrão de informações, muito comuns em Underdark. Mas eles agem de maneira singular, fazendo uma ou duas vítimas no máximo. Mas algo em larga escala assim, afetando a tantos... desconheço.

Alak: Ficou maluco? Illithidis agem próximos a portais para dimensões distantes, não a céu aberto.

Algoz coça atrás da orelha.

- Andar com Henri te deixou com pulgas? OU Bhark?

*ouve os drows falando...*

- Algoz, você disse que eu pedi pra alertar que existiam outros drows ontem na região, pelo visto perigosos, como eles eram? O que falaram ?

Algoz: Eram Barduks de Aranha.

-Hum...generais... Conseguimos descobrir o que eles estavam fazendo aqui?

" Illithidis ... humm"

Portais, mas não é com isso que estamos lidando? Portais?

More:

Sem entender a pergunta, Álak diz:
- Sim, mas portais infernais, até onde sabemos. E o que mais se faz nestas montanhas é berrar aos quatro ventos a presença deles. Illithidis são sorrateiros, seus portais são totalmente secretos, normalmente portais dentro de portais, dentro de masmorras ou castelos.