Estrada Sombria: Phillip!!

Já se preparava para ir embora ao ouvir o preço sugerido pelo meio orc. Talvez tivesse algo próximo à metade daquele valor, mas não o suficiente. Porem parou ao ouvir a proposta sobre a charada. Ergueu uma sobrancelha, intrigado. Olhou para a porta pensando que já havia demorado demais. Edgar agitou as asas. Philip então se voltou para o meio orc, mas sem voltar a se sentar.
 
-Ok... Qual é a charada?

O meio-orc cruza os braços sobre a mesa e diz:
- "Minhas asas são vermelhas. Meus olhos, amarelos. Tenho tantos rostos quanto um exército tem soldados. Mesmo assim, basta uma palavra e não precisarei de uma armada pra tomar o Reino. Reis já se ajoelharam aos meus pés, ou sangraram por mim. QUAL É O MEU NOME?"

Philip encarou o meio orc, erguendo uma sobrancelha enquanto sua mente buscava uma resposta. Em uma fração de segundos algumas alternativas lhe ocorreram, mas nenhuma satisfatória o bastante. Coçou o queixo, e Edgar inclinou a cabeça.
 
-Asas vermelhas... Olhos amarelos... – Sussurrou para si - Não tenho certeza, mas... Acredito que seja a ganância. A ganância pode derramar mares de sangue, seus olhos brilham com a visão de ouro... E já destruiu reinos e reis por dentro... – Coçou mais uma vez o queixo – É, essa é minha resposta, embora não esteja muito otimista...

O meio-orc faz uma careta medonha (o bastante para assustar a mesa vizinha), e então:
- Hahahahaha!! Eu SABIA que você era esperto. Pode enganar estes bobões daqui, mas não o bom e velho Oorg. Eu sabia que havia tutano neste crânio sedento.


Ele retira do bolso o frasco leitoso, dizendo:
- Bons tutanos merecem um reforço. Eis aqui um presente pela sua esperteza.


Ele estende os dois a você, que bem a tempo vê um dos "ajudantes" da comitiva parado na porta da taverna, o olhar era de urgência.

Philip abriu os olhos numa expressão de surpresa, não tinha certeza de que acertaria aquela. Mas se deu por satisfeito. Enfiou a mão em alguns dos bolsos, rapidamente contando as moedas. Esvaziou uma bolsa de algodão já desgastado em outro bolso e enfiou as moedas lá dentro, colocando-a em frente à Oorg.
 
-Bom, aqui está então!
 
Olha para o segundo frasco, e se pergunta de onde viria tanta generosidade assim. Edgar estalou o bico. O meio elfo apenas sorriu e enfiou as duas poções no casaco e estendeu a mão ao meio orc.
 
-Minha carona me chama! – disse apertando a mão de Oorg – Com alguma sorte nos encontraremos com mais tempo, e podemos compartilhar alguns conhecimentos! Até!

Se virou e saiu apressado em direção ao “ajudante” fazendo uma expressão que indicava que sabia estar atrasado, e igualmente descontente com o fato.

Ele o saúda ao longe, agora percebendo a tatuagem à mostra e, discretamente, puxando a gola do casaco para escondê-la. Tinha um olhar bondoso, patriarcal até, Phillip diria.
Mas Phillip sabia que tinha mais ali do que as aparências mostravam. Um poço de enigmas a ser desvendado.

De volta ao lado de fora, o "ajudante" diz:
- Não se afaste tanto. Aqui não é seguro. Sorte sua Gimli ter pago pra que o esperássemos, ou os mercadores o teriam largado pra trás. Não se esqueça, ELES não sabem nada de você.


De volta à comitiva, Phillip ouve alguns resmungos dos mercadores, sem dar muita importância. Era natural que pra eles você fosse "apenas" um funcionário desleixado, ou algum oportunista pegando uma carona. Fosse como fosse, não estavam sendo pagos para questionar.

Pela segunda vez, vê o carregador grandalhão o encarando. Não parecia muito amigável. Por sorte, estavam em carroças diferentes.

Philip se aproxima do ajudante, ainda ajeitando as poções em suas vestes. Analisaria ambas mais tarde qualquer forma. Não queria ter uma surpresa inesperada. Se coloca ao lado do “ajudante” e olha por cima do ombro de forma quase paranoica.
 
-Sinto muito, fui pego de surpresa em uma circunstancia um tanto... Estranha... Mas havia um ensopado satisfatório...
 
De volta ao comboio, ele se ajeita praticamente no mesmo canto que havia arrumado para sí na primeira parte da viagem. Notou o olhar mau humorado do grandalhão e lhe respondeu com um sorriso debochado, com um claro ar de sarcasmo.
 
Se ajeitou em um canto e colocou uma das poções fora de seu alcance. Abriu o pesado tomo com a maioria das páginas ainda em branco e abriu em uma das primeiras. Recitou algumas palavras e estendeu a mão na direção da poção. Uma mão translúcida de aspecto enevoado surgiu e tentou, em vão pegar o frasco. Passaria boa parte da viagem tentando aquele truque.