Expandindo ares - Altair!!

Pense num barco onde cabem quase 30 tripulantes como um ser vivo. Que pensamentos alienígenas teria? Que sensações experimentaria por todo seu... corpo?
A frágil mente de Altair tentava traduzir de uma maneira que pudesse compreender... ou seria o poder da coroa? Um esqueleto de platina ornada com cristais translúcidos e esmeraldas do tamanho de um olho.
Só coloca-la dava uma sensação incomum. Arrepios percorriam o corpo, que perdia as dimensões.
Mas segurar o timão os conectava. Cada corda, vela e tábua, cada polua, porta e janela... eram parte de você. Podia ver e ouvir tudo que acontecia no navio.
Via os tripulantes nas cordas... via o trio enrolando no convés... e a dupla jogando cartas no porão. E haviam os gyths. Você "passeava" pelo navio alheio a tudo e a todos. Mas os gyths olhavam diretamente pra você. E você os "ouvia" pensar em sua língua alienígena e incompreensível.

Mas deixando o passeio pra outra hora, volta a voar... ou seja, navegar as nuvens.
Não havia vento ou tempestade.
O céu estava limpo. Tão limpo que podia ver as estrelas mesmo sendo dia.
Eram estrelas estranhas, constelações estranhas. Muito fácil errar e se perder.

...

Altair vai até o limite do cansaço, o sono se reflete no navio, cujas cordas enrolavam, e as velas se dobravam e prendiam.
Mas foi só quando as nuvens começaram a entrar, e o Imp mergulhar nas brumas, é que percebeu que era hora de parar.
Quando tirou a coroa o imediato já estava prestes a fazê-lo. E a exaustão o golpeia com violência, fazendo-o dormir por dias.

Altair se encanta ao conduzir Imp, tentando ousar um pouco mais a cada nova tentativa. Quando a exaustão bate se entrega ao sono, não entendia como podia cansar daquela forma, suas energias pareciam sugadas e exauridas de uma forma que nunca houvera sentido antes. E só havia um remédio para aquela canseira...

Altair dorme, e acorda no outro dia com os grutos da tripulação.
Como a viagem estava calma, o capitão decidiu descer o navio até um lago nas montanhas. Queria poupar o spelljammer, e botar a tripulação para trabalhar um pouco.
Mas tão logo Altair abre a porta de seu quarto, sente um frio tremendo, como facas rasando a carne.

Altair fecha a porta com a mesma velocidade que abriu. Ativa sua armadura fazendo ela se alterar com modificações sutis, algo que lhe traga mais conforto, como a parte interna aveludada, gola mais alta com pele e outros apetrechos de inverno. Coloca uma manta de inverno por cima para então sair de sua cabine.

O lugar onde estavam parecia um lago em algum lugar das montanhas, cercado de gelo e neve por todo lado.
Parecia o ártico.

Já havia visto neve em sua vida, mas não um cenário tão branco e gélido como a morte. Encolhe-se todo para tentar manter o corpo mais quente e sai a procura pelo capitão ou seu imediato no convés.

Você encontra ambos na proa, olhando para baixo e ao redor.
Então o capitão diz:
- AH, senhor Wondritch! Bem vindo ao mundo dos Vivos. Talvez queira se juntar a nós pra tentar entender este mistério.

Fica um tanto confuso com aquelas palavras do capitão, fazendo uma estranha careta de interrogação.
- Ao mundo dos vivos? Por quanto tempo eu dormi? ou melhor eu estava dormindo?

- Não, você morreu e pedi ao meu gyth que fizesse respiração boca-boca até você voltar à vida.

As gargalhadas só não superaram a cara de indignação do Gytk, que neste momento enrolava um enorme monte de cordas.

- Mas é claro que dormiu, rapaz. O Imp faz isto quando o conduzimos por muito tempo. Nossos miolos humanos não foram feitos pro esforço de navegar com algo tão grande desafiando as leis do universo a cada pensamento. Agora venha e tente me ajudar a entender isso aqui, já que mapas parecem ser a sua especialidade.



O lugar era bucólico, isolado no ártico, ainda assim, tinha sua beleza.

Altair até se empolga com essa ordem, depois de intrigas e barcos, mapas era seu passatempo predileto.
-É pra já capitão, como não vi nosso pouso tenho poucas referencias, mas se me der por onde começar nos localizo em alguns instantes.

Enquanto se debruça sobre mapa começa a puxar seu equipamento de cartografia da mochila e espalhar sobre a mesa de mapa.

-Com Altair e um mapa você nunca estará perdido capitão!

O Capitão abre os braços, mostra o ambiente e diz:
- EIS o seu mistério, Senhor WONDRITCH!! Estamos nas terras centrais, deveríamos estar numa região de montanhas áridas, a BOCA DO DESERTO, frias, mas nem tanto... e NÃO no MALDITO ÁRTICO!!

Altair escuta estupefato, não que ele já tenha viajado por essas terras, mas pelo que o capitão estava falando e pelo que Altair averiguou no mapa o gelo deveria estar muito, mas muito ao norte daí.
- E por um acaso essa formação rochosa é o desfiladeiro da caveira? Diz Altair apontando pras montanhas ao seu redor.

[off] pelo que entendi da descrição e fazendo ligação com a imagem, imagino eu que estejamos por aqui. Me corrija se estiver errado;

O Capitão e seu imediato fazem uma expressão de terror ao ver a marca no mapa, e ele diz:
- Está LOUCO?? Eu jamais chegaria perto deste lugar amaldiçoado onde os deuses se mataram, e até hoje marchas de mortos-vivos ainda assolam os vales.
Estamos mais ou menos AQUI!!!!!



- Ou talvez AQUI!!



Ele circula o mapa e diz:
- A BOCA do deserto. Não muito perto das montanhas. Eu pretendia usar as águas do pântano, mas fomos apanhados por uma ventania dos infernos, e agora estamos aqui. O IMP não foi longe. Pelo menos não que tenha sentido. São esses malditos ventos infernais. desde que o deserto tornou-se uma abominação sobre este mundo, tudo foge ao conhecido.

Altair se sente envergonhado por ter errado e desconhecer as lendas e histórias da região, mas olha incrédulo para a parte do mapa apontada, boquiaberto, estupefato são algumas formas de descrever sua reação. A princípio acha que o capitão esta tirando mais uma vez com sua cara, mas percebe em seu olhar a seriedade. Como, por diabos uma região de pedras colinas e areia, sem a menor menção de água seriam navegáveis e cobertas de gelo ainda por cima?
Vislumbra por um momento tudo que havia passado até aqui, os acontecimentos catastróficos na costa da espada, seriam as mesmas forças agindo nessa região? Estaria ele testemunhando em primeira mão uma força capaz de abraçar tão longínquas terras?

-Olha capitão, se é uma brincadeira não teve graça,  mas acho que esse não é nem o caso nem a hora. Estou disposto a ajudar com minha expertise, mas cartas de navegação serão totalmente inúteis agora, se possuir algum mapa local que evidencie pontos de referência que eu possa rabiscar e me liberar de meu posto para trabalhar exclusivamente nisso posso esboçar um mapa atualizado da região e prováveis rotas que podemos utilizar.

- Liberado, senhor WONDRITCH!! Minha prioridade é saber ONDE o Imp nos trouxe pra, então, saber como DIABOS vamos sair daqui. Se cruzamos algum portal, não percebi. E sei que o IMP tem suas defesas contra esta travessia indesejada.

O imediato diz:
- Receio que a resposta esteja no vento.

Então Altair, como outros, para pra prestar atenção...
O vento era QUENTE.

Altair observa o vento e a natureza a sua volta, e oque via não era nada acalentador, se apertando dentro de suas pele de inverno ao comentar:
-Sem dúvida esse vento tem algo a dizer, mas é a combinação desse vento quente com essas montanhas congeladas que mais me alardam, se não sairmos logo daqui estaremos realmente numa fria.

Respira fundo com os olhos fechados tentando traçar uma estratégia, era uma situação inusitada. Ao abrir não tem mais o tom jocoso comum de Altair, parecia mais Ezio falando com sua seriedade, apesar do vocabulário continuar sendo o de lobo do mar.

- Desculpe a insubordinação Capitão, mas devido a situação inusitada que nos encontramos vou ignorar a hierarquia e pular as vias de ordem.

Virando-se então para o imediato Altair inicia procedimento que comumente são exclusivos ao capitão.
-Reporte a situação de Imp imediato! Situação de velas, casco e mastros. Condições e direção do vento. Nossas condições de navegação nessas águas. Quanto tempo Imp precisa para que esteja apto a alçar voo e nos tirar dessas mandíbulas gélidas?

Sorrindo, o Capitão diz:
- Não somos piratas, senhor WONDRITCH. Se Azimir disse que você é o expert em geografias bizarras, o COMANDO é SEU nesta questão.

Os dois Gyths vêm de outra porta. Vocês estavam na proa, enquanto eles caminhavam para a direita do navio. Usavam roupas bem estranhas. Pesadas, para quem, aparentemente, pretendia nadar.

O imediato reporta que não haviam danos senão por uma sessão da vela principal, já em reparo, causado por uma forte rajada fria.

Altair sente pequenos tremores pelo corpo, nem tanto pelo frio, mas pelo contraste entre vento frio e quente se alternando.

Uma mulher de aparência incomum vem de trás do mastro principal, do meio da tripulação.
Ela para diante de Altair e do Imediato, e diz, olhando pra você:
- Você por acaso é o especialista em Mapas? Sabe onde estamos??

Com um gesto com a cabeça agradece a confiança dada pelo capitão. Atentamente recebe o relatório do imediato, quando a mulher vem lhe interpelar esboça um sorriso comedido, enfim uma bela visão quente para contrastar com aquela paisagem gélida como a morte. Uma loba de mar com cara de brava era uma visão encantadora para Altair, lhe faz lembrar quando era apenas um jovem mirrado protegido das Sereias sem cauda. Retomando assim seu jeitão Altair de ser, brincalhão, sempre embutindo uma graça em suas sentenças.

-Segundo os mapas estamos entre colinas rochosas e arenosas, segundo meus olhos em qualquer lugar menos onde os mapas apontam. Uma noite estrelada e consigo "pinar"¹ nossa localização, mas receio em afirmar que não estamos em condições de esperar o anoitecer. A não ser que alguém possa nomear corretamente um desses picos estamos as cegas.

Altair aguarda para ver se alguém tem algo mais a dizer, mas já tinha alguns planos em mente, não era algo que gostaria de fazer ali, ainda mais naquelas condições, mas era uma alternativa.

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1. Não me veio tradução ideal para "Pinpoint", as vezes minha cabeça funciona em inglês.

Off: Pin tem várias traduções, de alfinete a "pontos". Desta forma, "pinpoint" seria "apontar com exatidão", ou ainda "ponto certo". Ou ainda "na mosca", que também é traduzido como "bull´s eye".

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Ela olha ao redor, fecha os olhos e pareceu farejar o ar.
Então volta a abrir aqueles olhos mesclados, verde-amarelados. Olha pra você e diz:
- Era pra passarmos por cima das Areias Lentas do grande Pântado de Além-mar. Eu queria passar próximo das Fendas de Tilverton. Avaliar o lugar para alguns sábios. E quando rompíamos as barreiras de Anauroch, tudo congelou.

Um dos Gyths grita:
- CORTINA ASTRAL!! UMA FONTE CONGELANTE COMPEU AS DIMENSÕES. OU FOMOS NÓS!!

[off] Eu sei o significado ao pé da letra, mas todos esses me pareciam muito formal para fala de Altair, talvez não pra Ezio.

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Tenta entender oque aquilo significava, correlaciona com oque já tinha estudado sobre os portais em Waterdeep. Mas ainda assim era pouco conhecimento para algo tão complexo...
-Como assim? Estamos presos entre os planos? ou trouxemos um pedaço de outro plano para Faerun? Seria como estar preso na lâmina de um espelho? não estando nem no mundo real nem no reflexo?

Estava realmente confuso, o pouco que conhecia era meramente teoria , já vira portais em funcionamento enquanto o caos reinava na costa da espada, mas nunca tinha atravessado um, muito menos tinha feito alguma viagem extra-planar.

A garota diz:
- Algo aconteceu ENQUANTO navegávamos por cima destas terras. Receio que tenhamos testemunhado em primeira mão... ou vista... o congelamento.

O imediato diz:
- Teríamos visto... ou congelado junto. Acredito mais no "bolsão-dimensional". Talvez algo tão poderoso tenha se manifestado que congelou a própria existência, criando um pedaço de mundo fora do mundo.

-Só uma visão de cima para ter uma ideia melhor, eu infelizmente estava dormindo profundamente enquanto descíamos, alguém viu algo que nos sirva de referência?
Observa os que estão próximos vendo como reagiam a sua ideia.

A falação se perde em idéias que iam desde "voar e ir embora" até "o navegador errou a curva e viramos para o norte".
Até alguém dizer...
"Amanheceu duas vezes".

Altair mantem o foco no meio daquela falação e se prepara pra tomar uma atitude quanto aquele problema,  pois palavras pareciam que a partir daquele momento, só iriam turbilhar as idéias. Com calma e sem fazer muito alarde retira um tapete enrolado de sua mochila, Ezio tinha comprado a algum tempo junto com uns lotes de tecidos contrabandeados mas ainda não tivera tempo de usar, procura um espaço menos movimentado no deck para desenrola-lo enquanto se dirige ao capitão.
-Pois é capitão, não tenho meu barco, mas minhas viagens renderam seus frutos, não são as condições ideais para se testar essa belezinha aqui, mas acho que é a melhor opção que temos.
Era um tapete de pequeno pra médio, num tecido delicado parecido com fios de seda, suas cores eram cintilantes e vivas, variavam entre as muitas cores do espectro, o dourado era bem predominante sobre o fundo preto oque muito lembrava um show de pirotecnia ou uma explosão cósmica.


Pega os mapas que estavam na mesa, os enrolando suavemente e os mantendo a mão, se vira para a mulher dos olhos estranhos e diz com um sorriso malicioso pirata.
-Você me parece muito observadora, quer vir? ainda cabe mais um.

Caberiam até três se fosse necessário, mas não era o caso.

Ela diz, com um sorriso:
- Navegar em um tapete? Acho que nunca tive este prazer. Mas será que você é confiável?